O Hub dos Universitários de Games de São Paulo, ou apenas HUG – coletivo de estudantes de graduação em games de São Paulo, capital, lançado no começo de março – vai anunciar nesse sábado (27) os games vencedores de sua primeira game jam. Chamada de HUG Jam, a competição começou no dia 13 de abril e teve 70 pessoas inscritas, com 9 jogos submetidos, todos desenvolvidos por universitários.
São parceiros da HUG Jam o Game Dev Tookit e o Game Design Hub.
A revelação dos games vencedores ocorrerá no Ibrawork, espaço de inovação e coworking próximo da Avenida Paulista, em São Paulo, capital. Entre os prêmios, estão chaves para jogos do estúdio brasileiro Mad Mimic, jogos de tabuleiro e livros sobre design de games. Parece pouco, mas não é isso que importa.
“Somos universitários e a gente sabe que a melhor forma de integrar essa galera com o HUG e os nossos parceiros é via game jam. Isso traz contato [dos participantes] com a gente, e vamos nos ajudando, dando dicas”, explica Pedro Silva Oliveira, um dos líderes do HUG e aluno do bacharelado em jogos digitais da PUC-SP.
A produção dos games pelos participantes inscritos foi entre 13 e 23 de março. Durante esses dias, foram oferecidos conteúdos online de apoio, inclusive palestras. O tema escolhido pela HUG foi sustentabilidade – para ser mais preciso, o 13º dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) das Nações Unidas, o “ação contra a mudança global do clima”.
“Queríamos um tema que fosse relevante para a comunidade, e também para o mundo”, diz Oliveira. “A gente acredita que é um tema bem fresco, e que dá para [desenvolver] vários jogos legais.” Os games inscritos, aliás, pode ser vistos aqui.
Uma “game jam” é uma competição de desenvolvimento de jogos que se equipara a um hackaton, comum entre startups e cujo obtivo é criar produtos em curto espaço de tempo. Têm o objetivo não só de despertar a habilidade (e o portfólio) dos participantes, mas também de promover interação entre pessoas da comunidade de games local.
Prêmios e participantes
São três categorias de premiação definidas pela HUG para a primeira jam. A primeira, claro, é a de melhor jogo. A segunda é de melhor otimização e a terceira de melhor arte. São considerados critérios como design do jogo, tema, arte e enredo, entre outros. Os bugs e problemas de performance também contam na nota.
O júri foi composto por membros da HUG, professores e de parceiros do coletivo, além de desenvolvedores experientes no mercado – nenhum deles pode participar da HUG Jam como competidor, é claro.
Entre os participantes, segundo Pedro Oliveira, 50% nunca participou de uma game jam antes, e 21% participaram de apenas uma.
Próxima HUG Jam
Desde que conversei com Pedro, no começo de março, para o lançamento da HUG, o coletivo já cresceu bastante. Já são mais de 330 estudantes. Ele me diz que o grupo tem colhido bons resultados e trazido visibilidade e oportunidades para os participantes. “Muitas portas estão se abrindo”, me diz ele.
Essas portas são tanto dos próprios professores das graduações, empolgados com a iniciativa, além de parceiros do mercado – como a IGDA Foundation e o Mentorias Games Brasil, com a qual a HUG tem promovido eventos diversos. “O setor está sendo muito legal com a gente. Estamos podendo conversar com outras organizações, e já temos uma lista de projetos para o futuro”, diz o dirigente da HUG.
Segundo ele, após um primeiro período “azeitando processos e organizando propostas”, a meta do coletivo é crescer para além da capital paulista. “A gente viu que não dá para ficar só em São Paulo. Alunos de outras escolas e cursos técnicos estão nos procurando, e queremos expandir para outros lugares do estado”, diz ele, que abre portas para ajudar na criação de organizações semelhantes em outros lugares do País.
Quanto às jams, a HUG já tem a próxima no horizonte: deve ocorrer em algum momento das férias universitárias, ou seja, em julho.
“A gente quer fazer nas férias porque vai ter muita adesão. Estamos tendo muita agora, mas nas férias vai ser maior”, diz Oliveira, salientando que muitos estudantes não puderam participar porque trabalham, por exemplo. “A ideia é que a gente faça a jam aberta para todo mundo, não só estudantes, um evento maior e robusto”, adianta.