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Estudantes de games de SP lançam hub de apoio e conexão com o mercado

HUG SP reúne alunos de graduação e cursos técnicos de diferentes escolas de SP, conectando-os com o mercado de trabalho
HUG SP, estudantes, logo
Imagem: Divulgação, HUG

Reunir e ajudar alunos de graduação e cursos técnicos da área de games do máximo possível de faculdades e escolas de São Paulo, capital. Esse é o objetivo do Hub dos Universitários de Games de São Paulo, ou apenas HUG SP – o trocadilho é intencional. A iniciativa é dos próprios alunos, e está sendo lançada oficialmente hoje nas redes sociais – primeiramente no LinkedIn e no Instagram.

Já são cerca de 200 alunos reunidos no WhatsApp, mas a ideia agora é alçar voos maiores. Participam estudantes de universidades importantes da cidade, incluindo a Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), o Centro Universitário Belas Artes, a Faculdade Méliès, a Universidade Anhembi Morumbi e o Senac, entre outras. Com planos de expandir ainda mais, alcançando representantes de mais universidades da cidade e, no futuro, da região do Grande ABC.

“A HUG surge para organizar, mapear problemas e necessidades. Ajudar e dar suporte aos alunos. E dar visibilidade para os nossos projetos”, explica Pedro Silva Oliveira, um dos organizadores do HUG e aluno do bacharelado em jogos digitais da PUC-SP. Ele também é fundador e diretor da Woodwork Game Studio, fundado em 2023 com outros 13 colegas de curso.

O HUG SP quer reunir representantes de bacharelado e tecnólogos em design de games, jogos digitais e outras denominações que recebem os cursos de desenvolvimento de jogos na cidade. Segundo o estatuto do grupo, o propósito é “criar um ambiente de colaboração, apoio mútuo e desenvolvimento profissional para os estudantes universitários interessados em games e que estão em um curso que contemple o segmento de jogos”.

Pedro Silva Oliveira, HUG
Pedro Silva Oliveira, estudante e idealizador do HUG. Foto: Arquivo pessoal

Na prática, conforme explica Oliveira ao TGE, se trata de tentar ajudar os universitários em tudo que possam precisar para começar a carreira. Isso significa mapear dúvidas e necessidades; criar grupos de estudo; divulgar vagas de emprego, cursos de formação e workshops; convocar para participação em editais de fomento; promover encontros (inclusive de lazer, por que não?); e conectar alunos com grandes nomes do mercado, seja para criação de network ou mesmo mentorias.

No futuro, conta o líder do HUG, o objetivo é fazer um grande showcase com trabalhos feitos por estudantes de diferentes faculdades no meio ou fim do ano. “Uma Direct de estudantes”, brinca.

O grupo também conduz, nesse momento, um mapeamento de condições, planos e objetivos dos estudantes – os resultados devem ser divulgados em breve.

Conexão e oportunidades

O fundador do Woodwork me explica que a ideia de criar o HUG surgiu durante uma game jam – evento que reúne desenvolvedores de jogos para, bem, desenvolver jogos. E que o sentimento comum entre os que ainda estavam em cursos de graduação era “de desconexão entre as faculdades e o mercado, a indústria como um todo”, conta.

“Pensei que dava para juntar os estudantes, passar as coisas que acontecem no mercado para eles, porque eu ia aos eventos e não encontrava outros estudantes. O conhecimento fica escondido, ninguém diz onde procurar”, lembra o estudante. “A ideia nasceu da indignação, de achar que faltava uma janela maior entre estudantes e mercado.”

O HUG nasceu, então, como uma vontade de alguns estudantes de diferentes instituições de “juntar a galera”. Desde o fim de 2023, o grupo de alunos tem se reunido para “recrutar” mais representantes discentes e formar o grupo no WhatsApp, que cresceu e agora ganhou um estatuto. Pedro Oliveira é o responsável pela comunicação, por exemplo – e por isso ele me procurou diretamente no LinkedIn.

“Muita gente coloca isso [que estuda games] no LinkedIn. Eu fui atrás das pessoas, puxei assunto. Passei as férias correndo atrás de toda essa galera, e chegamos em um ponto em que conseguimos reunir boa parte”, lembra Pedro. “E tem de tudo. Desde gente falando que não tem emprego, que precisa de ajuda para criar portfólio, coisas que permeiam nossa realidade.”

Lay-offs e futuro

Pergunto para o estudante se a criação do HUG SP é também uma reação ao mau momento do mercado de trabalho global em games. Afinal, os lay-offs viraram notícia quase diária, o que não deve ser muito fácil para um estudante terminando a faculdade.

“Essa coisa dos lay-offs cresceu na época em que tivemos a ideia [do HUG]. E nesse momento a gente quer principalmente abraçar os universitários. A gente não está dizendo que vamos dar empregos para todo mundo, mas é uma forma de responder a essa sensação de que não estamos sozinhos”, diz.

Para ele, apesar da crise, a união dos estudantes pode gerar oportunidades e mostrar caminhos possíveis. E que mesmo o momento difícil é possível de ser superado.

“Tem muita coisa boa nas nossas faculdades. E não falo só pela PUC, mas também pelo trabalho do Senac, do Belas Artes etc. Fazemos jogos toda semana, sem exagero, e temos que entregar em qualidade boa”, ressalta Oliveira. “Temos a habilidade e a competência. Só falta refinar, especializar. É muito ouro nessa galera que não pode ter vergonha de mostrar os projetos.”

Pedro também é otimista sobre o momento do mercado de games no Brasil, às vésperas da aprovação do Marco Legal dos Games. Para ele, o reconhecimento do setor como atividade econômica pelo governo é motivo de otimismo também para o estudantes.

“Isso [o Marco Legal] dá noção para as pessoas que não são do mercado de que é uma coisa séria. Traz uma perspectiva para o grande público de que isso é sério”, diz. Para ele, a aprovação do novo texto do Marco Legal dos Games é “a primeira vitória política do setor”, e que serve de inspiração para os estudantes que, no futuro, forem assumir a HUG.

“Eu não vou ser universitário para sempre”, brinca Pedro, que está no último ano da faculdade.

Conselho do HUG SP

Os alunos que formam o primeiro conselho do HUG SP são:

  • Alexandre Luz Martino Burlamaqui, Universidade Anhembi Morumbi
  • Aline Oliveira da Silva, Senac
  • Ariel Moreira Martins, Senac
  • Guilherme Marconi Andrade, Senac
  • Guilherme Corrêa Gomes Teixeira, Centro Universitário Belas Artes
  • Graziela Palermo de Oliveira, Centro Universitário Belas Artes
  • Pedro Silva Oliveira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  • Otávio Luiz de Oliveira Porto, Faculdade Méliès
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