Seis meses após a saída de um CEO envolvido em uma decisão polêmica que desagradou basicamente todos os seus clientes, a Unity Technologies – dona do famoso motor gráfico de mesmo nome – anunciou um novo CEO, o ex-Zynga e EA Matthew Bromberg. O executivo tem mais de duas décadas de experiência na indústria.
Na Zynga, foi diretor de operações (COO), e na Electronic Arts desempenhou papeis de liderança como gerente geral para a BioWare e vice-presidente de estratégia e operações da divisão móvel EA Mobile. Ele assume em 15 de maio o lugar ocupado interinamente desde outubro por Jim Whitehurst, que passa a ser presidente do conselho da companhia.
Bromberg substitui em definitivo John Riccitiello, que deixou a Unity em outubro após nove anos no cargo. O que motivou sua saída foi o anúncio de uma “taxa de uso” estúdios e publishers que usassem o Unity em seus jogos.
A cobrança teria sido feita a partir de 2024 sobre cada instalação de game após certo limite – “teria sido” porque ela foi sumariamente cancelada após imensa repercussão negativa, o que contou inclusive com um pedido público de desculpas por parte da empresa. Alguns estúdios estimavam que a nova cobrança superaria suas próprias receitas.
Alguns estúdios usuários do motor gráfico fizeram ameaças públicas de migrar games para outras plataformas, quando não simplesmente abandonar por completo o uso do Unity – que aliás é um dos motores gráficos mais usados por desenvolvedores brasileiros, segundo levantamento da Abragames.
Apesar da polêmica e do arranhão na imagem da empresa, a Unity terminou 2023 com resultado positivo, com receitas subindo 57% para US$ 2,1 bilhão em 2023.