O conselho do SAG-AFTRA, federação de sindicatos que representa atores e atrizes dos EUA, anunciou na quinta-feira (12) que aprovou um acordo provisório com um grupo de negociação de representantes da indústria de videogames para encerrar a greve iniciada em julho do ano passado. O comunicado de suspensão da paralisação destinado aos trabalhadores havia sido publicado um dia antes, na quarta (11).
A greve afetava profissionais que trabalham na dublagem e na captura de movimento na indústria de jogos eletrônicos dos EUA, e pedia o estabelecimento de regras para o uso de inteligência artificial generativa em atividades executadas por atores reais em videogames, entre outras. Foi a primeira paralisação do tipo tendo a IA como motivador, e ela foi convocada após o que o SAG-AFTRA chamou de “falha em chegar a um acordo” sobre o tema com as maiores empresas do país.
O contrato assinado com a indústria ainda depende de aprovação dos membros. Se ratificado, o ele estabelece “salvaguardas e ganhos” em relação ao uso de IA, incluindo a exigência de consentimento informado para utilizações de IA sobre o trabalho dos artistas e capacidade deles suspenderem esse consentimento durante uma greve.
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Também o estabelecimento de “mínimos negociados coletivamente” para o uso de réplicas digitais, ou seja, performances que usem os atores como base, e pagamentos mínimos mais altos (7,5 vezes) para “Geração em Tempo Real”, ou seja, a incorporação de um chatbot com voz da réplica digital em um videogame.
Os “Pagamentos por Performance Secundária” também devem garantir compensação quando performances visuais de artistas reais forem reutilizadas em outro videogame.
Se ratificado, o acordo também prevê benefícios de natureza trabalhista, como aumentos na remuneração dos artistas em uma taxa de cerca de 15%, além de aumentos adicionais de 3% em novembro de 2025, 2026 e 2027. Também foi estabelecido um limite da taxa de horas extras para artistas com salários acima da tabela, e taxas de contribuição para saúde e aposentadoria serão elevadas de 16,5% para 17% após a ratificação e para 17,5% em outubro de 2026.
Os termos completos do acordo, que terá três anos de validade se assinado, devem ser divulgados na próxima quarta-feira (18).