A Team Solid, organização de esportes eletrônicos fundada em 2019, anunciou essa semana a “suspensão temporária” das atividades no cenário competitivo de Counter-Strike 2. A line-up na modalidade começou em março de 2023 e foi encerrada nesse mês de maio de 2025, ou seja, durou pouco mais de dois anos.
Segundo o CEO e cofundador da Team Solid, Marcos Guerra, trata-se de uma “pausa” nos planos da organização no shooter da Valve, um dos mais competitivos e tradicionais dos esportes eletrônicos no mundo. E que essa “decisão estratégica” permitirá “reorganizar prioridades e investir com mais eficiência”. Mas que o “compromisso com o cenário” continua.
“… investimos e trabalhamos continuamente visando o crescimento da organização e a expansão da nossa marca junto ao público e aos patrocinadores”, explica Guerra, em entrevista por e-mail ao TGE. “… após uma análise interna, decidimos pausar o projeto no CS2 e redirecionar nosso investimento para outras áreas que, neste momento, se alinham melhor aos objetivos da Team Solid.”
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Pergunto à Guerra o que torna o cenário de Counter-Strike tão desafiador para as organizações. Segundo ele, a barreira de entrada não é necessariamente alta, mas os passos seguintes são desafiadores.
“… manter-se competitivo e alcançar classificações nos principais campeonatos exige um investimento contínuo e elevado”, explica o gestor. “A estrutura necessária para disputar em alto nível, como staff qualificado, bootcamps, viagens internacionais e calendário intenso, torna o cenário bastante custoso. (…) o CS2 é desafiador para organizações que buscam estabilidade e resultados consistentes a longo prazo.”
No período em que esteve ativa, a line-up de CS2 do Team Solid obteve algumas conquistas. Foi campeã da RES Latin American Series #2, do DBE 2024: Open Qualifier #1 e do ESL Challenger Katowice 2024: South American Open Qualifier. Também obteve colocações “expressivas” em outras competições, como a segunda colocação no Intel Extreme Masters Dallas 2024: South American Open Qualifier #2 e o Desafio Brasileiro de Esports 2024.
Movimentações e futuro
Como parte da reestruturação, dois jogadores – Gabriel “Drg” e “Gbb” – permanecem sob contrato com a Team Solid e podem ser negociados. O técnico “Flasky” e o atleta “Nython” estão “autorizados a ouvir propostas de outras equipes”. Já “Destiny” seguirá carreira como agente livre. O jogador “Tomate” retornará à Galorys, sua equipe anterior.
Guerra diz que “segue acreditando” no potencial do cenário brasileiro de Counter-Strike, e não descarta um retorno no futuro. Por enquanto, o time deve intensificar ainda mais a atuação em Free Fire, da Garena.
“O principal diferencial do cenário [de FF] é o formato mais estável. A FFWS [Free Fire World Series] conta com um calendário anual bem definido, incluindo uma etapa presencial de seis meses ao longo do ano, o que permite um planejamento financeiro e estratégico mais sólido”, explica o executivo. “Além disso, a alta audiência da modalidade transforma o Free Fire em um produto comercial atrativo para marcas e patrocinadores.”
O Team Solid tem uma vocação histórica nos jogos para dispositivos móveis. Começou como uma equipe de Clash Royale, da Supercell, e expandiu atuação para outros jogos mobile depois, como PUBG Mobile, Mobile Legends e Free Fire – nesse último, foi campeão da Série B em 2021 e da Copa FF em 2024.