Perspectivas para o mercado de games: o que esperar para o 2º semestre?

‘Conta da euforia de 2023 chegou’, escreve Gui Barbosa, da Siprocal. Como terminará 2024?
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Foto: Canva

A indústria dos jogos vem passando por transformações nos últimos anos, e o confinamento imposto pela pandemia trouxe um aumento significativo na interação social através dos jogos, despertando interesse de empresas e investidores em escalar rapidamente suas iniciativas. Só no Brasil, fenômenos como o Free Fire chegaram a possuir dezenas de milhões de usuários ativos mensais.

Passada a pandemia, 2023 foi um ano histórico em termos de grandes lançamentos como Baldur’s Gate 3, Zelda Tears of the Kingdom e Alan Wake 2. Por outro lado, milhares de profissionais foram afetados por demissões em massa, resultado direto de anos de consolidação entre empresas e estúdios, crescimento desordenado durante a pandemia, tempo de desenvolvimento e custos cada vez maiores.

A conta da euforia chegou.

E com muita expectativa e ceticismo do possível da implementação de IA no processo de desenvolvimento de jogos, o ano de 2024 começou turbulento na indústria. Mas o segundo semestre promete bastante e nada como um grande evento para ajudar a mudar a percepção.

Gamescom Latam, grande sucesso regional

Historicamente, o primeiro semestre da indústria de jogos era marcado por teasers e anúncios que convergiam na E3, evento organizado pela associação dos desenvolvedores de software de entretenimento (ESA) durante o mês de junho. Mesmo antes da pandemia, a gigante japonesa Nintendo foi a primeira a sair da feira, investindo em comunicar à sua maneira através do Nintendo Direct.

Alguns anos depois, Sony e Microsoft também deixam de fazer parte do centro de exposições em Los Angeles para focar em seus próprios eventos. No fim de 2023, a E3 foi cancelada de forma definitiva.

Na contramão do que aconteceu nos Estados Unidos, o Brasil consolida sua posição de protagonismo com a primeira edição da Gamescom Latam sendo um absoluto sucesso. Mais de 100 mil pessoas visitaram o evento, o dobro das 50 mil que passaram pelo BIG Festival, evento que deu lugar à chegada triunfal de um dos principais eventos globais da indústria de jogos.

O evento também consolidou o grande momento da indústria local, que recentemente comemorou a aprovação do Marco Legal da Indústria de Jogos, que cria mecanismos de fomento para empresas e desenvolvedores. Também para colocar a Tec Toy nos holofotes do mercado com o anúncio do Zeenix, primeiro console em mais de 15 anos após o Zeebo, que dessa vez será portatil.

Nomes importantes da indústria como Jason Della Rocca, Paweł Sasko, Bill Van Zyll, Brian Altano e Dean Takahashi estiveram no evento e, entre entrevistas, participação em painéis e reuniões de negócios, confirmaram que o Brasil segue sendo protagonista no mundo dos games. O País ocupa a 10ª posição do ranking mundial em geração de receita, de acordo com a consultoria Newzoo.

Futuro em reconstrução

O ano começou com uma grande expectativa de revisão do modelo de distribuição de jogos. Com vendas digitais representando fatias cada vez maiores de faturamento, a grande aposta da indústria era o modelo de assinatura, que não foi tão bem aceito por todas as comunidades de jogadores.

Já no mundo dos jogos mobile, que representa mais da metade do faturamento global da indústria de jogos, mudanças como a introdução de lojas de terceiros na App Store da Apple ainda não representaram a revolução prometida, já que as tarifas de transação e a complexidade das regras tornam difícil novas formas de monetização direta.

Empresas como a Epic Games e seu incansável CEO Tim Sweeney foram cruciais para que permitir que esses novos marketplaces possam surgir, inclusive um da própria Epic, que já possui sua própria loja virtual nos computadores.

Lojas precisam de novos lançamentos, mas 2024 tem se mostrado um ano mais singelo em termos de catálogo. Jogos como Final Fantasy 7: Rebirth e Hellblade II: Senua’s Saga eram hiper aguardados há anos por jogadores, mas falharam em retornar o investimento para suas publicadoras.

Felizmente, o segundo semestre vem recheado de lançamentos super esperados como Star Wars Outlaws e Assassin’s Creed Shadows, ambos da desenvolvedora francesa Ubisoft.

O ano ainda não acabou, mas tem muita gente já pensando em 2025, aguardando o lançamento de GTA VI, sequência do sucesso avassalador de 2013 da Rockstar, cujo trailer “quebrou a internet”, batendo o recorde de views do YouTube com quase 100 milhões de views em menos de 24 horas, o jogo será lançado apenas ano que vem. 

Na sequência do ano, ainda teremos a Brasil Game Show, que em 2023 foi a segunda maior feira de games do mundo, com quase 330 mil visitantes e atrás apenas da gigantesca ChinaJoy realizada em Shanghai. Focada em games, mas também em produtos e no consumidor, acredito que a BGS seguirá muito forte, confirmando que que o início do ano tenha sido uma daquelas fases superdifíceis.

Haverá outras, com certeza, mas acredito que estaremos mais experientes para as próximas transformações e desafios que certamente virão.

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