Em março desse ano, pouco depois de sua apresentação na conferência GTC, o CEO e fundador da Nvidia, Jensen Huang, deu uma declaração que gerou burburinhos. Para ele, a inteligência artificial vai substituir as placas de vídeo no período entre os próximos cinco a 10 anos – o curioso é que se a Nvidia é tradicionalmente o grande líder do mercado de GPUs, há alguns anos também se firmou como dona da maior parte do mercado de infraestrutura de IA.
Talvez o executivo esteja de olho nos próprios resultados financeiros da Nvidia. A empresa revelou, no começo da semana passada, ganhos e perdas do primeiro trimestre do ano fiscal 2025, que termina em abril do ano que vem. A empresa acumulou receitas de US$ 26 bilhões no trimestre, crescimento de 18% frente ao último e 262% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A área de data center da empresa, que fica dentro da divisão corporativa, foi responsável por uma receita recorde de US$ 22,6 bilhões, aumento de 427% em relação ao ano anterior e 23% ao trimestre passado. O impulso da inteligência artificial nas empresas, que roda em grande parte sobre infraestrutura da própria Nvidia, explica o resultado.
Por outro lado, a divisão de gaming apresentou queda substancial de receitas e representatividade pouco maior que 10% do “bolo” total da Nvidia no primeiro trimestre. A receita da divisão de games foi de US$ 2,6 bilhões, queda de 8% em relação ao trimestre anterior, com aumento de 18% em relação ao ano anterior.
Nvidia: IA vs GPUs
Huang destaca, no comunicado enviado à imprensa, que a inteligência artificial tem sido o grande motor das vendas da companhia. “Nosso crescimento em data center foi impulsionado por uma demanda forte e acelerada por treinamento e inferência de IA generativa na plataforma Hopper”, diz.
A empresa promete uma nova geração de chips de IA rodando em uma nova plataforma, chamada Blackwell, a ser lançada ainda em 2024.
As novidades no portfólio de gaming da empresa também, curiosamente, tem relação com IA. Segundo a apresentação de resultados aos investidores, o crescimento positivo ano a ano revela demanda elevada por chips gráficos, apesar da queda do mercado de notebooks com esses chips durante o último trimestre, o que impactou os resultados.
Segundo a apresentação, a recepção do mercado para os chips da série RTX 4000 (lançados em 2022) tem sido “forte”, e a base instalada de placas gráficas com RTX – que também processam algoritmos de IA em jogos – alcançou 100 milhões. A empresa também destacou o anúncio, durante a última Game Developer Conference (GDC), de tecnologias que empregam IA generativa em games, como a ACE.
* com informações do Adrenaline