Substituição! Vai sair Neymar e entrar em campo Diego Maradona. A mudança digna de qualquer “dream match” é uma realidade possível no mundo dos games – mas mostra como o futebol brasileiro está atrasado nessa disputa.
Já falei das oportunidades positivas que a volta de Neymar pode trazer ao Brasil (e da conexão com a Kings League). Mas há uma preocupação para quem joga games de futebol: é possível que o astro seja removido de alguns deles.
Especialmente do EA Sports FC, o sucessor direto do FIFA, da Electronic Arts, já que atletas de clubes brasileiros não aparecem no jogo. Os poucos times BR disponíveis aparecem com elencos genéricos.
A situação é complexa, mas, em resumo, as produtoras de jogos precisam negociar individualmente com cada atleta para que apareçam de forma oficial no videogame. É o que a Konami já fez com Neymar tempos atrás para o eFootball, já que ele é um dos embaixadores do game há anos e aparece em várias versões do jogo em suas muitas ‘eras’ – tem Neymar moicano, Neymar da Copa 2014, Neymar do Barcelona…
É de se imaginar que talvez a EA se dê ao trabalho de fazer isso com o camisa 10 do Santos, visto o impacto midiático extracampo do jogador.
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Foi exatamente o que aconteceu com o eterno craque argentino Diego Maradona. Removido do FIFA em março de 2022 após um tribunal argentino decidir que a EA havia negociado os direitos do El Pibe de Oro com alguém que não era responsável por eles. Após três anos a bagunça foi resolvida, e o craque está de volta ao game de futebol mais popular do mundo.
Felizmente, há um fio de esperança para o futebol brasileiro. Os atuais dirigentes parecem estar cada vez mais conscientes da situação, como indica Marcelo Paz, CEO do Fortaleza e presidente da Liga Forte União, que detém 11 participantes da primeira divisão do futebol brasileiro.
“Eu entendo que esse é um tema importante. Os games estão diretamente na casa das pessoas, formando torcedores, muitas vezes com crianças e adolescentes que passam a ter um contato mais permanente com clubes de futebol. Então é importante que, no Brasil, a gente consiga destravar isso e fazer com que as marcas, os símbolos e principalmente os atletas, que são os grandes artistas do espetáculo, possam estar reproduzidos de forma fidedigna no game, a fim de que o futebol brasileiro possa sempre ficar na vanguarda e no protagonismo”, ponderou o dirigente.
Ou seja, vontade há por parte de parcela significativa dos clubes de estar mais presente nos videogames. Será que as publishers vão ouvir isso e ir atrás dessas licenças?
