Segundo a 2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, divulgado nessa quarta (28) pela Abragames, a esmagadora maioria dos estúdios brasileiros usa o Unity, da Unity Technologies, como motor para seus jogos. Foi a opção de 80% dos respondentes da pesquisa. O número é ligeiramente menor que o auferido em 2021, na edição anterior do estudo, que era de 83%.
Em seguida, aparece o Unreal Engine, da Epic Games, que aumentou presença de 23% para 25% – a única que registrou crescimento entre as engines pesquisadas. Em média, os estúdios locais utilizaram 1,5 engines em suas produções, sendo que 8% dos desenvolvedores optaram por três ou mais plataformas.
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Se os dispositivos móveis eram os que mais recebiam jogos dos estúdios nacionais na primeira edição do estudo, com 39%, seguidos dos games para PC (21%), houve uma inversão na segunda edição. Agora, os jogos para computador assumiram a frente com 24,9% da preferência, à frente dos mobile com 24%.
Apesar disso, houve crescimento nos jogos feitos para consoles. A produção, que atingiu 5% em 2018, chegou a 17% em 2021 e a 19% em 2022. Houve um destaque ainda maior para os consoles portáteis, que dobraram em relação ao ano anterior, alcançando 4%.
Trabalho remoto e exportação
A pesquisa mostra que 70% das empresas brasileiras trabalham em sistema de home office, seguidas de 16% que atuam em regime híbrido e apenas 14% de maneira presencial. O cenário, diz a Abragames, abriu portas e acelerou a saída de profissionais mais experientes para o mercado internacional, já que a contratação não enfrenta mais barreiras físicas de deslocamento.
Como consequência, a retenção de profissionais no País ficou mais difícil, diz a entidade. Empresas estrangeiras costumam oferecer salários mais atrativos aos colaboradores.
Isso também impulsionou estúdios que exportam serviços. Estados Unidos e países da América Latina representam os principais mercados comerciais, e fizeram negócios, respectivamente, com 58% e 57% dos estúdios brasileiros com esse perfil. Houve crescimentos de 3% e 4%, respectivamente, nas duas regiões.
A Europa Ocidental foi a região com maior crescimento percentual, saltando de 49% para 54%.
Metade das desenvolvedoras nacionais que atuam no mercado internacional obtiveram mais de 70% do faturamento diretamente do exterior. Quando considerados apenas os estúdios com faturamento principal proveniente de fora do País, o número de desenvolvedoras sobe para 65%.
“O Brasil vive um cenário produtivo crescente e cada vez mais diversificado. É impressionante como empresas internacionais têm se interessado pelos trabalhos desenvolvidos no Brasil e vem reconhecendo nossos talentos nas mais diferentes funções”, diz Eliana Russi, diretora de operações da Abragames.
Segundo ela, ao longo dos últimos anos cresceu o número de negócios brasileiros em eventos presenciais no mundo, e “os olhos de players de diferentes continentes, certamente, estão voltados para os nossos profissionais”.
A versão completa da pesquisa pode ser baixada (em pdf) nesse link.