A GDC de 2025 e as cicatrizes da indústria de games

Entre expectativas de retomada e incertezas quanto ao futuro, evento escancarou dores e contrastes da indústria de games atual
gdc, game developer conference
Participantes da GDC conversam na entrada do evento. Foto: Divulgação

Algumas feridas demoram a cicatrizar. O mercado de games sofreu golpes profundos nos últimos anos, e as marcas apareceram na Game Developers Conference (GDC). O evento aconteceu entre 17 e 21 de março em São Francisco, nos EUA.

A GDC sempre foi um evento focado no mercado, reunindo grandes empresas e desenvolvedores independentes. Essa dualidade, no entanto, é saudável justamente pela necessidade intrínseca de ambos os lados de se encontrarem.

Enquanto as grandes publishers conduzem negócios nos luxuosos hotéis do centro de São Francisco, os desenvolvedores ocupam as salas de palestras, o centro de convenções e os parques e bares ao redor.

Por motivos relacionados à minha posição profissional e aos meus objetivos de negócio, frequentei, mais uma vez, principalmente a “GDC dos hotéis”, mas também fiz um esforço para participar da “GDC dos desenvolvedores”. Fui a encontros entusiasmados da comunidade, que são o verdadeiro coração do evento. 

Seja no parque Yerba Buena ou nas dinâmicas de “speed meetings” no pavilhão do Moscone Center, as conversas com os apaixonados profissionais do mercado — do qual também me sinto parte — me revigoraram.

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A GDC dos desenvolvedores é vibrante, marcada pela energia de profissionais entusiasmados e apaixonados, muitos dos quais dando os primeiros passos na carreira. Já a GDC dos hotéis carrega um tom mais cínico, dominado pelas mesmas figuras e discussões centradas no negócio. É o jogo.

Em 2025, minha sensação sobre o evento foi que, apesar do pragmatismo ou da empolgação, ainda persiste uma dor relacionada aos recentes acontecimentos que assombraram a indústria nos últimos anos. 

Nas conversas, há um certo otimismo quanto a uma possível estabilidade nos próximos meses, mas ninguém arrisca afirmar que a indústria está livre de uma nova onda de demissões ou crises; especialmente diante da instabilidade das questões geopolíticas atuais.

O primeiro grande evento do ano costuma definir o tom dos próximos. E, para mim, está claro que ainda há muitas feridas a serem cicatrizadas em um mercado que não resiste a cutucar a casquinha.

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