Um jogo desenvolvido por um estúdio do Maranhão para uso em escolas – chamado Gamezônia – foi selecionado para receber apoio de um projeto de aceleração de startups promovido pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). A iniciativa apoia 11 startups no estado.
O Gamezônia – que aliás é o mesmo nome do estúdio – é um game educativo com foco na preservação da Amazônia. O objetivo dos fundadores foi criar uma ferramenta que recontasse a história da região sob uma perspectiva decolonial, ou seja, distante de estereótipos e romantizações.
“Quando decidimos criar o jogo, nossa diretora de operações, Patrícia Muniz, começou a buscar lideranças indígenas no Maranhão para validar a proposta e obter apoio. Nesse processo, o Sirino, nosso diretor executivo, conheceu a liderança indígena da Raquel Tremembé, que atua tanto em contexto rural quanto urbano”, lembra em comunicado Juliana Nogueira, diretora de conhecimento da empresa.
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Da conexão com lideranças indígenas e quilombolas do Maranhão, incluindo a pedagoga indígena Maria Lídia e o indígena de Belém, Porakê Mundukuru, que tem experiência em RPG, o jogo foi crescendo. Vinicius Sirino é o CEO do estúdio.
Os recursos aplicados pela Sudene em projetos de inovação são oriundos do valor correspondente a 1,5% das operações do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Para selecionar as iniciativas, a Sudene atua em conjunto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Na parceria com a Fapema, no Maranhão, já foram investidos R$ 542,6 mil.
A aplicação dos recursos considera o potencial de difusão de pesquisas e tecnologias para arranjos produtivos locais, formação de recursos humanos e a implementação de polos de produção científica.
Como é o Gamezônia?
O Gamezônia é um jogo que busca recontar a história da Amazônia sob a perspectiva dos povos e comunidades tradicionais. Promete uma jogabilidade intuitiva e lúdica, e busca conscientizar os jogadores sobre a importância da Amazônia, seus povos, clima e território. O game tem cinco fases inspiradas nos biomas do estado do Maranhão.
Segundo os criadores, o game foi estruturado em torno de temáticas como proteção dos rios e recursos hídricos, preservação das florestas, valorização das comunidades tradicionais e outros. “Cada membro [do estúdio] operou aspectos específicos da metodologia, combinando esforços em articulação com comunidades, coordenação de reuniões, gestão de aspectos contratuais e legais, e supervisão da validação científica e desenvolvimento narrativo”, conta Patrícia Muniz.
O jogo não está à venda em plataformas tradicionais. É preciso comprá-lo pelo site, e o foco é principalmente para uso em escolas e instituições de ensino. Há, inclusive, possibilidade de personalizar a experiência de acordo com o objetivo e perfil dos jogadores – diferentes idades, por exemplo.
