Gamescom Latam supera 100 mil visitantes e 12 mil reuniões de negócios

TGE conversou com Gustavo Steinberg, CEO da feira, e Rodrigo Terra, da Abragames, para um balanço do evento. Diagnóstico é de sucesso
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Gustavo Steinberg no palco da Gamescom Latam. Foto: Divulgação

Terminou no último domingo (30) a primeira edição da Gamescom Latam, versão latino-americana da Gamescom alemã, um dos maiores eventos de games do mundo. Segundo a organização da feira, antes mesmo de seu fim já eram mais de 100 mil visitantes somados, além de mais de 12 mil reuniões de negócios entre as 1.017 empresas credenciadas.

Aqui no Brasil a feira gamer também teve como sócios a Omelete Company, a Associação Alemã da Indústria de Jogos (Game) e a Koelnmesse.

“Eu apostei com meu sócio duas semanas atrás que não ia passar de mil [empresas], que iam ser 800 e poucas. Perdi”, diz, rindo, Gustavo Steiberg, CEO da Gamescom Latam e criador do BIG Festival, em entrevista dada ao TGE na noite de sexta-feira (28). “Eu esperava que aumentasse uns 10 a 15%, frente às 740 do ano passado.”

Para o executivo, a Gamescom Latam terminou conciliando com sucesso duas características: o lado “consumer”, ou seja, voltado para o fã, com estandes cheios de influenciadores e estações de jogos; com o B2B, que trouxe tanto uma extensa programação de conteúdo técnico e de negócios, exposição de jogos independentes e reuniões entre empresas brasileiras e estrangeiras – todos em busca de boas oportunidades.

LEIA TUDO: A cobertura do TGE da Gamescom Latam 2024

“Claro que a fila do [estande de] Roblox é maior, mas isso é de se esperar. Mas as pessoas vêm jogar também os jogos indies nacionais e gostam. Acho que funcionou super bem”, diz Steinberg. “Também tivemos bons feedbacks dos grandes. É um mix interessante porque as publishers estão procurando mais jogos independentes. Procurando diamantes brutos e oportunidades.”

Segundo o CEO da Gamescom Latam, ainda falta “rodar” a tradicional pesquisa pós-evento em que os participantes falam mais qualitativamente de suas impressões e resultados – processo que será conduzido também em parceria com a Abragames. E que esse questionário permitirá calcular com um pouco mais de precisão o volume de negócios gerado.

Mas Steinberg já havia adiantado na abertura do evento que já era possível estimar um volume maior do que o esperado – os US$ 150 milhões já tinham se tornado US$ 200 milhões logo na abertura do evento, diante do recorde de participantes no B2B. “É um chute, mas um chute baseado em boas evidências. Ano passado foram 5 mil reuniões, e agora foram 12 mil. Pela lógica, deve ter havido mais negócios.”

Para 2025, com a Gamescom Latam partindo para uma nova casa – o Centro de Convenções do Anhembi, na zona norte da capital paulista –, os resultados devem ser maiores, estima o CEO. A localização é considerada “mais central” por Steinberg, e por isso mais atrativa tanto para o público final quanto para o corporativo. (O Anhembi fica às margens da Marginal Tietê, uma das vias mais movimentadas de São Paulo).

“Eu vim para cá [o São Paulo Expo, na zona sul de SP, onde aconteceu a edição desse ano] já querendo o Anhembi”, lembra ele, dizendo que a próxima edição já tem quatro patrocinadores com contratos fechados, “mas não sei se posso dizer quais”.

“E eu fiquei sabendo que teve um ‘reebooking’ de estande B2B, alguém que pediu presença no B2C e no B2B. Nem na Alemanha isso acontece”, diz ele ao TGE.

Gamescom Latam no B2B

A Abragames, associação brasileira de desenvolvedores de games, foi a responsável pela organização do “lado B2B” da Gamescom Latam – ou cerca de 40 horas das 120 horas previstas de programação espalhada pelos vários palcos da feira. Rodrigo Terra, presidente executivo da entidade, também fez um breve balanço de resultados prévios em entrevista ao TGE. Conversamos com ele alguns minutos depois de ter falado com Steinberg.

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Rodrigo Terra, presidente da Abragames, durante a Gamescom Latam. Imagem: Reprodução, YouTube

“Superou todas as expectativas, na verdade. A gente sabia que ia aumentar, mas não em que proporção”, diz Terra. “Hoje [na sexta] eu fui falar um pouco com os desenvolvedores, e tinha gente com 20, 25 reuniões. Claro que quantidade não quer dizer qualidade, mas se 10% disser que não foi positivo já é um resultado maravilhoso.”

Segundo o presidente da Abragames, os convidados internacionais também saíram “extremamente impressionados” com o evento, inclusive “gente que nunca tinha descido [visitado] a América Latina”. E que essa imagem da Gamescom Latam indica “que todo mundo tem interesse no Brasil agora, em explorar, ver qual é. A gente começou a converter interesse em presença. E na Gamescom Latam a presença foi muito forte.”

Pergunto se a chancela dada pela marca alemã Gamescom, uma das mais fortes do mundo no mercado gamer, não ajudou nesse resultado. “Não tem como falar que não. Um dos intuitos da parceira foi essa”, diz ele, que concorda com Steinberg: apesar da nova marca, o evento “continua sendo um evento BIG/Omelete [citando os dois sócios brasileiros], mas os alemães trouxeram um modus operandi e um valor de marca que é importante para a nossa indústria. Mas o evento ainda o BIG. A essência é do BIG.”

Segundo ele, com o crescimento do evento nos próximos anos, o desafio é manter essa “alma” brasileira. “Não quer dizer que é impossível, mas a essência, deixar o dev brasileiro ser a estrela, é o que torna a Gamescom Latam importante”.

Outro objetivo declarado por Terra para 2025 é aumentar a vinda de players internacionais, seja os convidando ativamente ou atraindo “por conta própria”. Ele concorda com o CEO do evento que a localização do Anhembi, logisticamente falando, é “mais fácil”, o que pode atrair ainda mais delegações estrangeiras, e mesmo autoridades locais – para as quais é importante expor, segundo Terra, a “importância do setor de games para o País, seja para o consumo ou para o desenvolvimento”.

“O desafio vai ser obter escala sem perder qualidade. Para a gente vai ser muito importante que [a Gamescom Latam] continue sendo um grande centro de negócios de qualidade”, ressalta Terra. “E também de visibilidade dos casos de sucesso da nossa indústria. Temos muitos estúdios pequenos na base, então precisamos criar espelhos para estimular o crescimento deles.”

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