A primeira vez que me deparei com a Catedral de Colônia, fiquei hipnotizado. Embora acredite que palavras não possam expressar plenamente a sensação de estar diante do ponto turístico mais visitado da Alemanha, vou tentar: é como estar diante de um gigante de pedra que desafia o céu. A estrutura imponente, com suas torres góticas que parecem tocar as nuvens, faz você se sentir pequeno, quase insignificante diante de uma grandeza incomparável.
A Kölner Dom, como é chamada localmente, é a quinta igreja mais alta do mundo, mas é difícil imaginar que qualquer construção seja tão imponente quanto ela. Às vezes, parece que a matemática é incapaz de explicar grandezas que transcendem a compreensão lógica.
Para mim, esse é o paralelo adequado para (tentar) explicar a grandiosidade da Gamescom, o maior evento de games do mundo, que aconteceu entre 21 e 25 de agosto na mesma Colônia da catedral, no norte da Alemanha. O evento recebeu um recorde de 355 mil visitantes em 2024, e embora seja “apenas” 25 mil a mais do que a edição mais recente da brasileira BGS, novamente a matemática falha em criar paralelos.
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Longe de desmerecer a nossa Brasil Game Show, mas a dimensão da Gamescom vai além dos enormes e quase infinitos pavilhões do centro de convenções Koelnmesse. A diversidade de atrações e sua superlatividade são dignas de uma indústria que adora impressionar e encantar até mesmo aqueles que não são muito ligados em games — se é que isso seja possível.
Participei intensamente dos três dias de negócios da Gamescom este ano, concentrados nos pavilhões 3.2, 2.2, 2.1, 4.2 e 4.1. Sim, somente a área de negócios ocupou cinco pavilhões.
Não há evento melhor no mundo para se fazer negócios na indústria de games. Junto com a Game Developers Conference (GDC, em São Francisco, nos EUA), a Gamescom é o palco onde desenvolvedores, publishers, investidores e empresas de serviços se encontram em um casamento perfeito.
Durante o fim de semana, me aventurei nos pavilhões da área “B2C”, ou seja, destinada ao público geral. Os estandes são verdadeiras obras de arte que nos transportam para fantásticos mundos que, durante o restante do ano, só existem virtualmente. É como se uma nova Disney World fosse montada a cada ano, durante cinco dias.
A grandeza da Gamescom não está somente em seu público recorde, nos vários quilômetros quadrados de pavilhão ou na presença das maiores empresas da indústria de jogos do mundo, mas também na importância que ela ganhou ao se tornar o ponto de encontro global; de norte-americanos a asiáticos, passando por países africanos, da Oceania e, claro, latinos.
A Gamescom é gigante por sua dimensão física e etérea. Não há como convencer os céticos de que sua grandeza é incomparável, mas tentarei: a Gamescom, assim como a Catedral de Colônia, também é um templo. Esse, no entanto, é dedicado aos devotos do mais contagiante entretenimento do mundo.