O que empresas alemãs procuram em estúdios indie brasileiros?

Kalypso Media e AudioCreatures fizeram parte de comitiva alemã que veio à SP buscar negócios
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Uma missão promovida essa semana pela Câmara Brasil Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), com apoio do Ministério da Economia e Proteção Climática da Alemanha, trouxe ao Brasil representantes de cinco empresas alemãs do setor de games. Elas vieram a São Paulo, capital, e participaram de uma conferência em que puderam conhecer estúdios indie brasileiros, apresentar soluções e, quem sabe, fazer negócios.

A mais famosa delas é a Kalypso Media, publicadora das famosas franquias de estratégia Tropico, Commandos e Railway Empire, entre outras. Também vieram a consultoria 2Cap UG, a especialista em som AudioCreatures, o estúdio Neopoly e a desenvolvedora de software SZONN Creative & Virtual Produktion.

O The Gaming Era acompanhou algumas das apresentações feitas por essas empresas durante o evento e resume, logo abaixo, o que duas delas esperam para fazer negócios com empresas brasileiras.

Kalypso Media Group

Anika Thun é fundadora e presidente da Kalypso, publisher alemã independente com sede em Worms. Fundada em 2006, a empresa é especializada em jogos de estratégia para PC, mas tem games em outras plataformas, principalmente consoles. “Somos um dos dinossauros da indústria de games alemã”, brincou ela.

A empresa tem atualmente 10 escritórios no mundo, inclusive fora da Alemanha – Japão, EUA, Inglaterra e França. Tem cerca de 200 funcionários e já publicou mais de 250 games. “Somos uma empresa muito internacionalizada e cuidamos muito das nossas marcas”, disse.

A empresa já localizou alguns jogos para o português brasileiro, mas o conhecimento do Brasil não vai muito além disso, disse ela. A presença no País essa semana foi justamente para sondar nosso mercado e avaliar possibilidades, inclusive com estúdios indie brasileiros.

“Somos uma empresa com muito foco internacional, e a digitalização tem a vantagem de permitir uma distribuição global. Para nós é importante ver quais as possiblidades dos mercados pois queremos continuar crescendo”, ressaltou.

A executiva disse que, ao escolher um jogo para entrar no portfólio da Kalypso, leva em conta se ele “combina com nosso portfólio”. “Nosso foco são jogos estratégicos, o que não quer dizer que não podemos apostar em outros. Mas tem que ser algo que combine com a gente.”

Ela também não descarta que o produto precisa ter potencial de mercado, alcançando o público-alvo da empresa e podendo estar nas plataformas em que a Kalypso atua – PC, PlayStation e Xbox, principalmente, mas ela não descarta trabalhar também com o Nintendo Switch.

“Vejo potencial [no mercado brasileiro] e estou aqui para descobrir o tamanho dele. É um mercado grande, e fizemos pouca coisa até hoje na América do Sul. Estou muito feliz com esse intercâmbio”, disse.

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Anika Thun, da Kalypso Media, e Markus Zierhofer, da AudioCreatures, durante conversa com empresas brasileiras em São Paulo. Foto: TGE

AudioCreatures

Fundada por três experientes profissionais de áudio alemães, a AudioCreatures é uma empresa fundada em 2018 em Berlim. São pessoas que já trabalharam em games triplo A de destaque, inclusive Ghost of Tsushima (Sucker Punch), Death Stranding (Kojima Productions), Pokémon Masters (Nintendo) e League of Legends: Wild Rift (Riot Games), entre muitos outros.

A proposta atual da empresa é inusitada e bastante atrativa para os brasileiros: tornar trilhas sonoras complexas, com orquestradas gravadas ao vivo, acessíveis aos estúdios indie. Segundo Markus Zierhofer, CEO e compositor chefe da AudioCreatures, a empresa é como “um coletivo de artistas com foco na criatividade e colaboração”.

A companhia trabalha atualmente tanto em projetos próprios como oferece serviços para terceiros, principalmente no que ela chama de “auditoria de áudio”, processo em que é analisada “a performance do áudio, o que acontece com a tecnologia, e oferecemos soluções para detectar erros acústicos e fazer melhorias”.

Games como TerraScape (Bitfall Studios) e Lost Legions (Tarock Interactive) foram alguns dos que passaram por esse processo. “A gente quer ajudar a fazer uma análise de como melhorar, quais aspectos. Com poucos recursos podemos ajudar ao máximo as empresas e os jogadores”, disse ele.

O executivo vê o mercado brasileiro com bons olhos, quando se trata de potencial de negócios. Segundo ele, os clientes atendidos pela empresa têm base de jogadores expressiva na América Latina, o que trouxer certo conhecimento sobre o nosso mercado, mas “experiência direta eu não tenho ainda, então é difícil falar alguma coisa”. Mas ele vê “crescimento e boa imagem”.

Segundo Zierhofer, foram 50 projetos completos nos últimos dois anos, que alcançaram 500 mil jogadores. “Estamos nos internacionalizando e queremos tornar isso mais acessível. É uma oportunidade estabelecer cooperações com vocês aqui. Quem sabe?”, disse ele à plateia brasileira.

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