O mercado de games se consolida ano após ano como um dos mais dinâmicos e influentes do mundo. Com mais de 3,42 bilhões de jogadores globalmente entre o público gamer e uma receita que ultrapassou US$ 187 bilhões no ano passado, segundo relatório da consultoria Newzoo, estamos falando de um setor que não apenas movimenta cifras impressionantes, mas também dita tendências na forma como interagimos com tecnologia, entretenimento e marcas.
Nesse cenário evolutivo, as tendências se fortalecem diante de um público fiel. De acordo com a Pesquisa Gamer Brasil (PGB) de 2024, mais da metade da comunidade gamer brasileira (65,3%) acredita que as marcas precisam falar sobre games de forma constante e consistente, e por isso o marketing segue como aspecto primordial e não deve ser ignorado.
Empresas não-endêmicas
Organizações de diversos setores têm percebido o potencial do público gamer, entendendo que não trata apenas de jogadores, mas também de consumidores com diferentes interesses. Nesse sentido, a autenticidade é a maior aliada das marcas.
Engana-se quem pensa que basta inserir um anúncio em um jogo ou patrocinar um evento de eSports para capturar a atenção desse público. Todas as possibilidades anteriores são relevantes, desde que estrategicamente coligadas a alguns aspectos mais profundos como autenticidade, criatividade e, sobretudo, um entendimento genuíno da cultura gamer.
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Um dos primeiros passos para marcas que desejam se posicionar nesse universo é desconstruir velhos estereótipos. A PGB 2024 revelou também que 51% dos gamers são mulheres e 16,9% têm em média 35 a 39 anos.
O perfil dos jogadores mudou e, com ele, a forma de se comunicar com essa comunidade também precisa evoluir.
Autenticidade: chave para conexões mais reais
De acordo com pesquisa de 2023 da Twitch em parceria com a Nielsen, 70% dos gamers preferem marcas que demonstram entendimento da cultura e de suas nuances. Criar conexões genuínas não é simples, mas investir em colaborações com influenciadores e criadores de conteúdo pode ser um caminho eficiente.
Esses profissionais cada vez mais assumem o papel de validadores das marcas, gerando confiança e identificação. Prova disso é um estudo de 2024 do Influencer Marketing Hub que indica que 40% dos jogadores descobrem jogos e produtos por meio de streamers, e 65% confiam mais nas recomendações desses influenciadores que na propaganda convencional.
Personalização e interfaces
Tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), combinadas com inteligência artificial (IA), abrem um leque infinito de possibilidades para campanhas que integram produtos de maneira orgânica e estratégica em cada fase do jogo. Além disso, podem criar uma conexão genuína com os jogadores.
Os exemplos são inúmeros, desde jogos que utilizam skins e itens personalizáveis para refletir a identidade de cada personagem, até o uso da IA para adaptar diálogos e missões de acordo com as escolhas do jogador. Sem contar que as marcas têm integrado ambientes personalizados aos jogos que permitem o compartilhamento das criações nas redes sociais, gerando uma onda de engajamento orgânico.
Essas interações fortalecem o vínculo entre marca e consumidor, ampliando o alcance das campanhas de forma natural e espontânea.
No fim das contas, as tendências do marketing gamer estão cada vez mais conectadas em como as marcas não apenas alcançam o público, mas entendem suas necessidades, respeitam a cultura, fortalecem a comunidade e mantem um olhar atento às transformações do mercado e à forma como elas se conectam com quem está por trás do console, celular ou computador.
Afinal, em um setor onde engajamento e pertencimento são a chave, o sucesso não está em falar para os jogadores, mas em jogar com eles.