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Comunicação faz parte do jogo

Em tempos de crise, mais que nunca, boa estratégia de comunicação é essencial para impulsionar setor
iem rio 2023
IEM Rio de 2023. Foto: Divulgação

Jogos como Counter Strike e StarCraft foram pioneiros no estabelecimento do cenário dos eSports, e a maior visibilidade, evidentemente, contribuiu para criar a percepção de que os jogos são para todas as idades. Tanto que já em 2015 a indústria dos games gerou uma receita global de US$ 61 bilhões, segundo a Newzoo, contra apenas US$ 38 bilhões da cinematográfica, de acordo com levantamento dos principais estúdios, e se tornou um dos setores de entretenimento mais valiosos do mercado.

O crescimento constante e relativamente estável, no entanto, teve um salto exponencial em 2020 com o advento da pandemia da COVID-19, passando de uma receita de US$ 152 bi em 2019 para US$ 178 bi em 2021, crescimento superior a 17%, segundo a Newzoo. Isso porque durante o período de lockdown as pessoas viam nos games a sua principal forma de entretenimento, e praticamente a única janela com algum mundo exterior, ainda que virtual.

Reajuste pós-pandemia

Naturalmente, um pico tão elevado exigiu um investimento gigantesco para atender às demandas e expectativas do mercado, e grande parte desse investimento foi em contratações, criação de estúdios, entre outras estratégias de expansão.

Passada a pandemia, com a retomada das rotinas “presenciais”, o mercado começou a se reajustar, e não foi diferente com o setor de jogos, tanto que o crescimento de receita em 2021 foi mais modesto, de 12%, segundo a Nielsen Games, estagnando aos poucos desde então.

O problema é que diferentemente de outros setores de entretenimento, os games têm ciclos de desenvolvimento mais duradouros, entre 4 e 8 anos, período longo demais para um projeto não ter retorno. Tanto por isso, o impacto no setor de games é relativamente mais perceptível, pois as pesadas ondas de demissões resultam em cancelamentos de projetos inteiros.

No entanto, na prática, a crise atual, apesar de nítida, não significa que o mercado de jogos irá parar de crescer — ao menos por enquanto.

A desaceleração é consequência de um salto muito súbito, que exige uma reestruturação tanto do formato de produção quanto das projeções e expectativas.

Games como experiência além da tela

Por essa razão, uma medida viável para amenizar o impacto de momentos como o atual é investir em ações de comunicação e entretenimento, diversificando as fontes de renda dos estúdios. No caso dos eSports, a iniciativa vem se provando um sucesso, com torneios como o IEM Rio 2022, movimentando cerca R$ 40 milhões apenas na participação dos torcedores, sem mencionar contratos com patrocinadores e investidores.

IEM Rio de 2023. Foto: Divulgação

O Six Invitational 2024, etapa do mundial de Rainbow Six, que ocorreu no ginásio do Ibirapuera, atingiu cerca de 520 mil espectadores simultâneos. Grande parte do sucesso de eventos desse porte está na estratégia de comunicação das empresas, que mais que falar sobre seus jogos, está investindo em transformá-los em experiências multimídia e crossmedia, promovendo ações para levar os games para além das telas, agora que a vida presencial voltou plenamente.

Por outro lado, ainda como herança do antigo estigma do início da era dos games, muitas empresas têm dificuldades em entender como falar com esse público e, indo mais além, como expandi-lo. Nesse ponto é interessante ver como esse mercado evoluiu nos últimos anos.

Claro que ainda existem muitas marcas que olham para os eSports apenas como uma oportunidade de expor conteúdo para essa audiência, mas cada vez mais as vemos, mesmo as não endêmicas, desenvolvendo projetos inovadores e efetivamente engajando de forma autêntica com esse público.

Várias empresas ainda estão aproveitando essa oportunidade para auxiliar as marcas a se conectar com os gamers. Um exemplo disso é a Game Code, empresa de marketing especializado para a indústria gamer, liderada pela empreendedora, gamer, embaixadora Intel Gaming e CEO da Black Dragon, Nicolle Merhy.

Conversando com gamers veteranos e futuros

As marcas que querem engajar com essa audiência devem ir muito além de apenas exposição de marca e interação. A cultura gamer se pauta, principalmente, no senso de pertencimento, de se sentir incluído e integrado àquele universo. Marcas que souberem trabalhar isso vão conseguir se diferenciar e conquistar a preferência dos gamers.

Como todos os setores, é natural que a indústria gamer também tenha os seus altos e baixos, mas olhando um horizonte mais amplo, a tendência de crescimento continua.

Os últimos anos foram desafiadores para vários publishers, com games que levaram muitos anos para serem produzidos e orçamentos milionários, sendo que muitos não tiveram o sucesso esperado.

Portanto, é natural que as empresas acabem tendo que reduzir investimentos e cortar custos, mas isso não deve impactar significativamente os esforços que as marcas estão fazendo em marketing dirigido para essa audiência.

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