O Brasil naturalmente ama esportes de todos os tipos, do futebol ao futebol americano – tanto que a própria NFL considera o País um de seus maiores mercados fora dos EUA, a ponto de ter realizado o segundo jogo da temporada atual por aqui. Contudo, essa paixão arrebatadora vai muito além das modalidades convencionais, e se estende também aos esportes eletrônicos, ou eSports.
De acordo com o relatório Global Esports Market mais recente da Newzoo, o Brasil representa a terceira maior audiência de esportes eletrônicos do mundo, além de estar no top 10 dos maiores mercados gamer.
A relevância do Brasil para os eSports se dá tanto pelo tamanho e potencial do mercado quanto pelo desempenho das equipes nacionais, que lideram o ranking de premiações em Rainbow Six Siege, por exemplo, acumulando quase US$ 10 milhões e ficando à frente dos EUA e de outras potências globais.
Não por menos, o País chama a atenção também das organizações, que passaram a trazer etapas grandes de torneios para cá, como a final o Rainbow Six Invitational. A competição promovida pela própria Ubisoft encerra a temporada de torneios de R6S, sendo considerada o Copa do Mundo do game.
Em 2024, ela foi realizada pela primeira vez no Brasil, com direito a público ao vivo na arena montada no ginásio do Ibirapuera, atingindo pico de mais de 521 mil espectadores simultâneos e totalizando mais de 13 milhões de horas assistidas.
História do cenário competitivo
Naturalmente, nem só de R6S vive o cenário competitivo brasileiro. Muito antes do game existir, o Brasil já era uma potência global no eSport que praticamente deu origem a todo esse mercado: Counter-Strike.
A história do Brasil com CS vem desde a época das lan-houses, e acompanhou o surgimento das primeiras ligas profissionais, inclusive com a equipe MIBR (Made In Brazil) tendo sido parte da Federação G7 – criada em 2006 e composto pelos sete maiores times de eSports para promover torneios profissionais.
Ter o País como palco de eventos de peso era apenas uma questão de tempo, e uma de nossas maiores conquistas nesse sentido foi a realização do IEM Major (Intel Extreme Masters) Rio, em 2022. A bem da verdade, a ideia inicial era trazer a etapa oficial do Mundial de CS:GO para cá bem antes, em 2020, mas a pandemia nos forçou a adiar os planos até que a situação se normalizasse.
Por outro lado, quando o evento chegou, foi com tudo. Foi um sucesso impressionante de público e audiência, totalizando mais de 68 milhões de horas assistidas. Isso fez com que a etapa do Major realizada aqui entrasse para a história como terceira competição oficial de CS:GO mais assistida de todos os tempos, e, evidentemente, este sucesso também repercutiu na economia local.
Potencial para os principais circuitos
Os torcedores que acompanharam o evento presencialmente geraram R$ 40,4 milhões de valor econômico, movimentação maior do que a de muitas competições mundiais de esportes convencionais. A recepção da ESL foi tão positiva que a liga realizou o IEM Rio novamente em 2023.
Apesar de não ter caráter de Major, a experiência foi novamente um sucesso, quebrando o recorde de pico de audiência global entre os IEM da temporada, com mais de 562 mil espectadores simultâneos.
O IEM Rio 2024 está marcado para ocorrer entre os 11 e 13 de outubro, e mesmo não fazendo parte do circuito Major de Counter-Strike 2, continua sendo extremamente relevante para o cenário dos eSports e, principalmente, para o Brasil. O time vencedor do IEM Rio 2024, além da premiação em dinheiro, se classifica para o IEM Katowice 2025, Major que acontece na Polônia ano que vem.
Com pouco menos de um mês para o evento, praticamente todos os ingressos já estavam esgotados. É um cenário extremamente promissor, especialmente para gamers, que devem ver mais um grande espetáculo.
Não por menos, é perfeitamente natural esperar que o Brasil entre cada vez mais para o calendário dos grandes eventos gaming globais, com potencial para cravar o País como rota obrigatória das principais competições em um futuro bem próximo.