O Nintendo Switch 2 brasileiro é o mais caro do mundo. Infelizmente, esse tipo de notícia é recorrente, só muda o nome do videogame.
Lá em 2013, o PlayStation 4 (da Sony) e o Xbox One (da Microsoft) também alcançaram esse ‘feito’. Em 2020 o PlayStation 5 bateu na trave: no lançamento, a versão brasileira do videogame era a segunda mais cara do mundo, perdendo apenas para a da Argentina.
Registros com mais de uma década são mais difíceis para fazer esse tipo de comparação, mas há exemplos emblemáticos, como o lançamento do PlayStation 3 no Brasil, em agosto de 2010, quase quatro anos após o lançamento em outros mercados. O preço era quatro vezes mais alto do que nos Estados Unidos – e isso em uma época em que ainda não existia a PlayStation Network aqui no Brasil.
Porém, na real, o topo do pódio não é exclusivo dos videogames. O Brasil com frequência tem também os carros e iPhones mais caros do mundo, por exemplo.
Não sou profundo conhecedor de impostos, sistemas de tributação e afins, mas fica evidente que há uma questão estrutural muito maior e mais complexa do que simplesmente imposto para videogame.
Inclusive, tivemos reduções de alguns impostos a partir de 2020 que ajudaram a aliviar o preço de lançamento no Brasil do PS5, Xbox Series e Nintendo Switch (este último que chegou em terras brasileiras só três anos e meio depois do lançamento nos EUA), mas que parecem não ter tido um impacto muito relevante para o PS5 Pro e agora o Switch 2.
Entendo que a situação toda exige um equilíbrio delicado para funcionar bem. É importante sim que quem trabalha no mercado de games tenha uma compreensão maior sobre como funcionam os impostos no Brasil e buscar sensibilizar autoridades para que mudanças ajudem o segmento a crescer de forma sustentável.
Por outro lado, ver que o mesmo problema aflige mercados muito maiores e mais importantes, como carros e telefonia, mostra que não dá para ficar esperando para agir só quando mudanças ocorrerem. O Brasil é um mercado absurdamente apaixonado por videogames, com um público imenso que muito interessa a publishers do mundo todo, mas é também pontuado por características únicas que precisam ser compreendidas e tratadas de forma personalizada para render melhores resultados.
Até quando o Brasil vai ser o país do videogame mais caro do mundo?