Brasil é um dos 10 países que mais jogam os games do LinkedIn

Em entrevista exclusiva ao TGE, Rafael Kato, líder de conteúdo para A. Latina, explica estratégia com games da rede social da Microsoft
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Rafael Kato, head editorial do LinkedIn na América Latina. Foto: Vivian Koblinsky, Divulgação

O Brasil está entre os 10 países que mais têm pessoas jogando no… LinkedIn?! Talvez soe estranho para os gamers mais hardcore, mas é isso mesmo: os brasileiros estão entre os que mais incorporaram os games da rede social corporativa (comprada pela Microsoft em junho de 2016) às próprias rotinas, com 84% voltando no dia seguinte após terem jogado uma vez, e 80% continuando a jogar mesmo após uma semana, segundo dados da própria empresa.

Esse índice de fidelidade diz respeito à própria natureza dos jogos disponíveis na rede social, embora não estejamos aqui falando de games como serviço aos moldes de Fortnite ou League of Legends. Todos os cinco já publicados são simples, possíveis de jogar no celular ou na tela do computador, e semelhantes às palavras cruzadas e sudokus que ainda se veem em páginas de jornais brasileiros.

No entanto, são pensados para serem “desafios diários”, ou seja, só é possível jogar outra partida no dia seguinte. Eles levam alguns minutos para serem concluídos (se você tiver o raciocínio afiado) e recompensam os usuários que voltam para a próxima rodada. O nível de dificuldade aumenta ao longo da semana: segundas-feiras tem os desafios mais simples, e domingos os mais complexos.

Também é possível ver quais das conexões do usuário estão jogando, e os resultados são sempre comparados ao desempenho deles, o que denota um forte componente social. É possível até gerar “competições amigáveis” entre os funcionários de diferentes organizações, diz o LinkedIn a respeito de um recurso recentemente lançado.

“Nossos dados mostram que os jogos não só entretêm, mas também cumprem um papel importante ao estimular o ‘networking’ e fortalecer conexões profissionais — o que sempre foi o nosso grande objetivo”, explica com exclusividade ao TGE o head do time editorial do LinkedIn na América Latina, Rafael Kato, em entrevista por e-mail. “… os jogos surgem como uma ótima ferramenta para incentivar momentos de descontração entre colegas.”

Os dados da rede social apontam que cerca de 30 mil jogadores começam uma conversa com uma de suas conexões após compartilhar a pontuação em um dos jogos.

Jogando para engajar

O LinkedIn se autointitula a “maior rede social profissional do mundo”, com versões localizadas em mais de 200 países e cerca de um bilhão de usuários, 85 milhões deles no Brasil – o que significa que cerca de 40% da população brasileira tem uma conta na plataforma. Todos os jogos estão disponíveis em todos os territórios, explica Kato, em uma estratégia de lançamento mais ou menos globalizada.

“Atualmente, nossos jogos de lógica — Tango, Queens e o recém-lançado Zip – não exigem conhecimento prévio de idioma para jogar. Já Pinpoint e Crossclimb estão disponíveis apenas em inglês”, explica ele. “Sempre que possível, realizamos os lançamentos de forma simultânea, para criar uma experiência global e unificada – respeitando, claro, as especificidades de cada mercado.”

É impossível não citar a semelhança entre os jogos do LinkedIn e os disponibilizados no portal do jornal americano The New York Times pelo menos desde 2014. Os games, aliás, são parte importante da estratégia bem-sucedida do tradicional diário americano para aumentar o volume de assinantes. O jornal alcançou US$ 1 bilhão em receita anual das assinaturas digitais pela primeira vez na história no começo de 2024 em parte graças aos jogos.

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No entanto, segundo Kato, ganhar dinheiro não é exatamente o objetivo do LinkedIn com os games, mas sim aumentar o engajamento e o tempo que os profissionais passam na rede social. “Acreditamos que os jogos funcionam como iniciadores de conversa, ajudando nossos usuários a se conectarem com novas pessoas ou fortalecer relações já existentes — e, a partir dessas conexões, descobrir novas oportunidades profissionais”, explica.

Pergunto a Kato com alguma ironia intencional se os jogos e as redes sociais combinam com o trabalho, já que muitas vezes ambas as coisas são vistas como procrastinação por patrões mais controladores. Para ele, são três coisas que se “complementam”, uma vez que a “produtividade vai além de horas trabalhadas”, e significa “capacidade de manter o foco, exercitar o cérebro e se conectar com outras pessoas”.

O executivo também argumenta que jogos do LinkedIn foram pensados justamente para serem experiências curtas, “que cabem em pequenas pausas do dia e que ajudam a ‘aquecer’ o cérebro com desafios inteligentes”.

Mais e mais jogos?

O TGE questionou o LinkedIn sobre os investimentos já feitos em games e quantos ainda podemos esperar. O número deles vai continuar aumentando? Kato diz que não pode divulgar números exatos, mas ressalta que a empresa está comprometida “em aprimorar continuamente a experiência com os jogos no LinkedIn”, e que “vem mais novidade por aí!”.

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Telas do Zip, jogo lançado em março pelo LinkedIn. Imagem: Divulgação

O lançamento inicial dos jogos no LinkedIn aconteceu em maio de 2024, primeiro com Pinpoint e Crossclimb (de adivinhação de palavras) e Queens (lógica). Em outubro do mesmo ano veio o Tango (lógica matemática). O último deles, anunciado em 18 de março desse ano, é o Zip, em que o jogador precisa criar uma linha única em uma grade conectando números na ordem correta e preenchendo todas as células.

“Além de novos jogos, temos investido em funcionalidades como o Streak Freeze, que permite manter uma sequência de jogadas mesmo nos dias mais corridos, e o widget do LinkedIn Games, que dá acesso rápido aos jogos em dispositivos iOS [da Apple] e Android [do Google]”, conta Kato. “Seguimos ouvindo o feedback dos usuários para desenvolver recursos e jogos que deixem a experiência na plataforma ainda mais interessante e interativa.”

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