Começa nessa quarta-feira (30) para imprensa, influenciadores e o público de negócios a Gamescom Latam 2025. A segunda edição do evento – que abre ao público geral na quinta (1º) e vai até domingo (4) – promete reunir 245 marcas e um público estimado em 150 mil pessoas (50% mais do que em 2024) no recém-reformado centro de exposições do Distrito Anhembi, zona norte de São Paulo, capital.
Segundo Gustavo Steinberg, CEO da Gamescom Latam, a expectativa é que a edição de 2025 supere em até 10% os US$ 200 milhões (ou cerca de R$ 1,1 bilhão) em volume de negócios registrados no ano passado. O gigantismo aliás, se manifesta no próprio tamanho do evento: são 60 mil metros quadrados de área, mais que o dobro do anterior (feito no São Paulo Expo).
“Você viu o tamanho do negócio?”, me questiona rindo o executivo, apontando para o centro de exposições. O The Gaming Era conversou com Steinberg na praça bem em frente aos pavilhões do Distrito Anhembi, no caminho que as pessoas farão quando chegarem à Gamescom Latam de 2025. “É mais tudo, né? É gigantesco. Estamos mais do que dobrando.”
A edição latina da Gamescom nasceu da união dos organizadores alemães da feira original em Colônia – a Associação Alemã da Indústria de Jogos (Game) e a Koelnmesse – com a brasileira Omelete Company (conhecida principalmente pela CCXP) e o BIG Festival de jogos independentes. Recebe ainda o apoio do governo do estado (por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas) e da prefeitura da capital, além de recursos federais por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Todos esses entes investiram cerca de R$ 32 milhões na realização da Gamescom Latam de 2025, um dinheiro muito bem pago, segundo Steinberg. “Ainda estamos em um vetor de investimentos. Não é fácil dobrar um evento a cada ano, principalmente quando se chega a esse tamanho, mas estamos bancando para ver”, diz.
Para os sócios privados, os resultados têm sido “acima do esperado” até aqui, garante o CEO. Do ponto de vista de políticas públicas, tanto o estado de São Paulo como a prefeitura da capital já entendem o “significado de ter uma Gamescom aqui”, pois isso “gera investimento para o território”.
“Eu sempre disse para o [governo do] estado [de SP], desde o BIG Festival, que eventos são o maior custo-benefício. A SPTuris [São Paulo Turismo, empresa de turismo e eventos da cidade] rodou uma pesquisa no evento do ano passado. Só o impacto econômico sobre hotéis e alimentação já pagaria o investimento. 99% dos visitantes entrevistados disseram que o Estado tem que continuar apoiando”, conta o executivo.
Há ainda, é claro, o impacto estimado sobre os estúdios e empresas do setor de jogos no País. Segundo Steinberg, a Gamescom tem “um DNA B2B”, e o evento só fará sentido enquanto a indústria de games nacional crescer junto. “Ou eu nem faria”, diz o executivo.
O B2B e o B2C
Steinberg diz que o crescimento da Gamescom Latam, apesar da vocação de negócios, vai ser substancialmente maior em 2025 na área B2C, ou seja, a parte do evento que mira o público consumidor. Mas o B2B segue empolgando, com expectativa de atrair mais visitantes, inclusive grandes delegações estrangeiras.
“Eles vêm para vender os jogos deles, claro, mas também trazer publishers [editoras], empresas que a gente quase não tem aqui [no Brasil]. Então dependemos muito de grandes publicadoras para os negócios com os estúdios brasileiros acontecerem”, explica o executivo.
Seja como for, e repetindo as intenções do ano passado, o evento desse ano pretende misturar os dois públicos. O objetivo é não só botar os estúdios e publishers, especialmente independentes, em contato com o público, mas também atrair o público para trabalhar no mercado de jogos eletrônicos.
“Se 10% perceberem que podem fazer seus próprios jogos, alcançamos nosso objetivo”, diz Steinberg. “Muita gente vem jogar, senta para ouvir uma palestra e não levanta mais. É uma integração de aprofundamento na indústria.”
O executivo conta que a planta do evento esse ano deve mudar um pouco o formato do BIG Festival, e os jogos serão expostos em “ilhas” temáticas, de acordo com as categorias da premiação. É um “percurso dos jogos independentes”, diferente da área mais unificada do ano passado. O objetivo é tornar os games independentes mais compreensíveis para quem foi ao evento para jogar os triplo-A.
Há também uma extensa programação de palestras e shows nos palcos, parte considerável deles pensado para o público B2B – e feito com curadoria da Abragames, a associação brasileira de desenvolvedores.
Marcas e empresas
Pelo segundo ano consecutivo, o Banco do Brasil é o principal patrocinador (ou master) do evento. Além da TNT Energy Drink, que repete a parceria do ano passado, são patrocinadores pela primeira vez a operadora Claro e a marca de alimentos Seara. A plataforma de livre streaming Twitch e o varejista gamer Kabum! também aparecem como apoiadores.
E aí vem as marcas que terão estande ou presença no evento, e não são poucas. Nvidia, AMD, Team Liquid, Lenovo, Sandisk, Pichau, Avell, Tuzzy e Samsung são “gear partners”, ou parceiros de equipamentos e hardware. Entre as publishers, se destacam nomes como Nintendo, Warner Bros., ID@Xbox, Bethesda, Gravity, Garena, Pokémon GO, Level Infinite, Bandai Namco, Supercell, Steam, Epic Games e Roblox.
As novidades que todas essas marcas trouxerem para a Gamescom Latam de 2025 você verá aqui no The Gaming Era em detalhes – como sempre, em muitos detalhes.
