Os dois modelos de computador portátil gamer Zeenix estão, de fato, sendo fabricados por um parceiro chinês não nominado pela brasileira TecToy, mas o suporte aos equipamentos da linha será feito no Brasil, nas duas unidades fabris que a empresa tem na Zona Franca de Manaus (AM) e em Cotia (SP). Planos de fabricação nacional do dispositivo já estão em execução, mas ainda dependem de mudanças nas linhas de produção por aqui, confirmou a empresa ao The Gaming Era durante a Gamescom Latam.
“As instalações industriais [da TecToy] têm a capacidade, mas todo produto novo pede uma engenharia de adaptação das linhas de produção, então faz parte de um processo”, diz ao The Gaming Era o líder da divisão Zeenix da Tectoy, Eddy Antonini, em conversa no estande da empresa na feira em São Paulo.
O executivo não dá datas para que essa fabricação local ocorra, apenas diz que “o começo será com um parceiro chinês”. E garante que o suporte nos dois parques industriais está garantido, apesar da “curva de aprendizado que todo produto tem”. “Talvez aconteça um acidente ou [o Zeenix novo] precise de reparo, mas temos uma maturidade que não nos causa preocupação”, disse.
Segundo ele, a estratégia inicial de white label não é em si um problema, uma vez que muitos produtos no mercado gamer, inclusive de marcas consagradas, são fabricados na China e importados. E diz que o projeto do Zeenix foi feito pelo parceira em parceria da TecToy, inclusive com participação da AMD (dona dos processadores dos aparelhos), e que ele “está sendo adaptado para o mercado brasileiro”.
Antonini me mostra o adesivo da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, na parte de trás do aparelho, e diz que o produto terá todas as certificações de hardware e software necessárias para o lançamento nacional.
Segundo o executivo, o aparelho é, na prática, um PC com Windows 11 Home padrão, “em sua versão mais pura”. E que um app, chamado Zeenix Hub, vira embarcado como forma de organizar e facilitar o acesso do jogador aos games instalados. “Mas se [o jogador] quiser ter uma experiência nativa do Windows, ou até se quiser trocar o sistema operacional, também pode. É um PC!”
Lançamento e vendas
Pergunto a Antonini o que todo gamer interessado no Zeenix quer saber: quanto vai custar? “É definitivamente um número”, brinca ele, entre risos. “Revelaremos o preço em breve, muito breve mesmo. Questão de semanas. As primeiras entregas [acontecerão] em poucos meses ainda esse ano”, disse ele, que também não revela a data de lançamento exata.
Antonini promete que o aparelho entrará em pré-venda em breve para quem se cadastrou no site do Zeenix, e que essas pessoas saberão todas as datas em primeira mão. E que as vendas ocorrerão exclusivamente no mesmo site, pelo menos inicialmente, muito embora o executivo não descarte a possibilidade de também vender os equipamentos da linha através de parceiros e outros e-commerces.
O executivo também diz que a empresa vai ter que “rever os números e expectativa de venda”, uma vez que o interesse pelo produto tem sido positivo. “Percebemos logo depois do showcase e aqui na Gamescom Latam que talvez a nossa expectativa estivesse um pouco conservadora. Na segunda, quando tudo aqui [na feira] acabar, vamos começar a rever os números para cima”, disse.
Quando pergunto se a empresa estará logisticamente preparada para atender essa demanda ainda maior do que a expectativa, a resposta do executivo é que “seria uma surpresa muito agradável, de certa forma, ter um estoque que acabe rápido”. Mas diz que está trabalhando e espera “atender rapidamente” aos consumidores brasileiros.
Zeenix Game Studios
Também pergunto a Eddy a respeito da estratégia de publicação da TecToy. No showcase de revelação do Zeenix a empresa revelou que vai atuar como publicadora de dois títulos nacionais: Damned 2, terror psicológico em Unreal 5 do catarinense 9heads Game Studios; e o adventure em pixel art Master Lemon, do estúdio paulistano Pepita Digital.
Antonini diz que, “por enquanto”, o maior suporte dado pela TecToy aos estúdios brasileiros é de marketing, ou seja, na divulgação dos jogos, que segundo ele já é uma especialidade do time da unidade Zeenix. E que a publicação de jogos é “um processo novo” para a TecToy, que a empresa está “amadurecendo pouco a pouco”, mas cujo objetivo final é oferecer mais serviços aos clientes do Zeenix Game Studios – no caso, os desenvolvedores.
“Há um ano a gente veio para o espaço business do BIG Festival para entender a localização da TecToy no mercado brasileiro. E vimos que havia um espaço com publicação”, responde o executivo, quando questiono se o objetivo da divisão é ser sustentável sozinha ou apenas uma forma de reforçar a posicionamento do Zeenix como “plataforma brasileira”.
“É muito legal ter o Zeenix, um PC que roda esses jogos, mas eles rodam em qualquer PC. Então a ideia é trazer a marca junto [com os PCs portáteis], mas também atender essa necessidade [de publicação]”, ressalta. “Mas a ideia é ser sustentável. Tanto o negócio de hardware como de publicação.”
