Concluído o processo de aprovação do Marco Legal dos Games, um dos próximos (e maiores) objetivos estratégicos da Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games (a Abragames) é aprovar um programa nacional de aceleração para empresas nacionais. O prazo é o ano que vem, ou seja, 2025, e já há um grupo de trabalho debruçado sobre o tema e tentando envolver associações regionais e governos.
É o que revelou a Associação durante o que chamou de “alinhamento estratégico”, realizado na abertura da Gamescom Latam, que começou nessa quarta (26) em São Paulo, capital. O projeto prevê inicialmente desde fontes de financiamento e recursos por meio de editais como fornecimento de infraestrutura física para essas empresas, como coworkings, mentorias e facilitação de acesso à tecnologia.
“É nosso sonho dourado, onde queremos chegar”, disse a vice-presidente da Associação, Carolina Caravana, em evento fechado para autoridades e membros da indústria. “Para isso acontecer precisamos montar, dentro das regiões, de preferência em cada estado, um sistema de encubação.”
Para a executiva, os novos desenvolvedores de games brasileiros precisam “saber pra onde avançar”. E uma rede de incubações e acesso ao mercado internacional facilitaria esse trajeto.
A Abragames revelou oito grandes objetivos estratégicos para o próximo ano, grande parte deles vinculados aos próximos passos para transformar o Marco Legal dos Games em políticas públicas de fato. Um dos mais destacados foi a facilitação da importação de kits de desenvolvimento para estúdios, os devkits, que ainda depende de regulação da Receita Federal.
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“A [tributação] dos devkits está em andamento”, disse Carolina, sem antecipar prazos. “Nós tínhamos empresas [fabricantes] que não mandavam mais [devkits para o Brasil], mas agora teremos essa situação de desembaraço [aduaneiro]. Vamos ver em quanto tempo conseguimos colocar para fora do papel.”
A Abragames também disse estar em conversas avançadas com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, que é o responsável pela CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas), sistema que finalmente reconhece as empresas desenvolvedores de jogos como tal. “Agora precisamos fazer acontecer. Já tivemos várias conversas com o IBGE, eles entendem [o pleito do setor], mas precisamos avançar com essa discussão.”
O reconhecimento das carreiras em games previstas no Marco Legal na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) por parte do Ministério do Trabalho também é um dos próximos passos, disse a executiva.
Sobre investimentos e fontes de recursos, a vice-presidente diz estar em tratativas com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), Ministério da Cultura (Minc) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em ações a serem anunciadas nos próximos meses.