Em novo plano, Square Enix mira PC e anuncia ‘reformas’ fora do Japão (atualização: haverá demissões)

Empresa admite resultados aquém do esperado, indica abandonar estratégia de exclusividades e anuncia mudanças em operações fora do Japão
square enix
Foto: Wikimedia

A publisher japonesa Square Enix publicou nessa segunda-feira (13) um novo plano de negócios de médio termo para o período entre os anos fiscais de 2025 e 2027. Entre os muitos pontos abordados no documento, que anuncia um “reboot para o crescimento de longo prazo” e é assinado pelo presidente da empresa, Takashi Kiryu, está o abandono de uma estratégia de exclusividades em detrimento de lançamentos multiplataforma e uma “reforma” na estrutura de estúdios fora do Japão.

[Atualização às 16h10] Segundo portal Video Games Chronicles, citando fontes que estavam em uma reunião interna da SE realizada nessa segunda, a reestruturação incluirá demissões em número ainda não divulgado. Será afetado pessoal nos EUA e na Europa, nas áreas de tecnologia, publicação e na divisão de jogos independentes, ao longo do próximo mês. Os afetados serão comunicados ao longo dessa semana.

A empresa vinha apostando em lançamentos exclusivos para alguns de seus principais títulos, como o remake de Final Fantasy VII, que está sendo publicado por capítulos primeiro no Playstation 5, e Final Fantasy XVI, até agora também só lançado no console da Sony. Ambos não foram sucessos estrondosos de venda.

Square Enix, Takashi Kiryu
O presidente da Square Enix, Takashi Kiryu. Foto: Divulgação

Há algumas semanas, a SE admitiu ao mercado perdas financeiras de US$ 140 milhões após rever o cronograma de lançamentos e encerrar projetos em desenvolvimento.

No documento, a empresa japonesa diz que vai “perseguir agressivamente uma estratégia multiplataforma, que inclua as plataformas da Nintendo, PlayStation, Xbox e PCs”. O objetivo é “construir um ambiente em que a mais consumidores possam aproveitar nossos títulos em relação as maiores franquias e títulos AAA”.

A empresa também quer ampliar o alcance dos jogos de sua divisão mobile para além do iOS, da Apple, e do Android, do Google, avaliando “a possibilidade de lançamentos no PC”. O plano também inclui um trabalho de longo prazo, do modo a “maximizar a aquisição” de novos usuários e oportunidades com os antigos.

Quantidade vs qualidade

O documento publicado pela Square Enix, que em alguns slides até surpreende pela franqueza, aponta um resultado aquém do projetado no plano de negócios de médio termo anterior. A expectativa da SE era vender entre 400 e 500 bilhões de ienes no ano fiscal de 2024 (entre US$ 2,56 bilhões e US$ 3,21 bilhões), mas a projeção atual não passa de 356 bilhões de ienes (ou US$ 2,29 bilhões).

O documento então admite que a empresa foi incapaz de completar “a jornada para maior lucratividade no desenvolvimento de jogos HD”, que é como a empresa chama os games lançados em consoles e PCs; lançou jogos SD (os mobile) com “lentidão” e impacto baixo; geriu títulos de forma “insuficiente”; e observou “lacunas” no próprio gerenciamento da empresa como um todo.

A empresa diz que o novo plano mantém como valor “criar experiências inesquecíveis” em jogos, mas reforça a possibilidade de gerar mais receita para além dos games, ou seja, com merchandising (licenciamento), diversão (o que provavelmente inclui mais iniciativas em parques temáticos, por exemplo) e outras mídias (como quadrinhos e romances).

Entre os objetivos, a Square Enix diz que vai se esforçar “para criar o portfólio ideal, alcançando um equilíbrio” entre produtos e liberdade dos criadores, com espaço para “as vozes e os dados dos clientes” durante o desenvolvimento de games.

Além do lançamento em mais plataformas, a SE também promete dar foco maior nas vendas digitais de novos títulos, especialmente para “conquistar usuários de PC, que representam um mercado em crescimento”.

Demissões à vista?

Outro dos pontos que chama atenção no plano publicado pela Square Enix é uma “reconstrução” das divisões de negócio da empresa fora do Japão. Isso inclui o início de uma “otimização de custos” na Europa e nas Américas via “reformas estruturais”.

No documento, a empresa não diz se isso inclui demissões ou o fechamento de estúdios. [Atualização] Mas, aos poucos, as informações sobre cortes começam a chegar de fontes internas na empresa. (Ver acima).

Mas salienta que vai tentar promover uma maior integração entre os estúdios ocidentais e a matriz japonesa, seja no desenvolvimento de games ou no esforço de publicação deles. E que isso inclui “maior mobilidade de talentos dentro do Grupo”.

Em termos financeiros, a SE elenca três grandes objetivos: lucro estável e margem operacional de 15% no ano fiscal a se encerrar em março de 2027; gerar uma reserva máxima de 100 bilhões de ienes (US$ 642 milhões) em reserva de investimentos, sendo 20 bilhões de ienes para potenciais recompras de ações da empresa; e 10% de retorno sobre o patrimônio (ROE), indicador que mostra a capacidade de uma empresa de agregar valor a si mesma.

* matéria atualizada às 16h10 para incluir informação sobre demissões. Fonte: VGC

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