A Microsoft anunciou, durante a GDC 2024, um framework para inclusão no desenvolvimento de jogos eletrônicos, chamado Gaming for Everyone, ou Games para Todos, em tradução livre. Trata-se de um conjunto de recursos pensados para ajudar desenvolvedores a incorporarem princípios de inclusão nos produtos que criam.
Segundo a Microsoft, o objetivo é alcançar um conjunto amplo de jogadores no mundo todo de forma mais significativa. A aspiração da empresa com a marca Xbox é “alcançar mais de três bilhões de jogadores no planeta”, escreveu a empresa, o que inclui pessoas com deficiências, por exemplo.
A estratégia de inclusão do Xbox existe desde 2015, quando foi formado o time específico para o Gaming for Everyone. Daí surgiram produtos como o Xbox Adaptive Controller (foto no destaque), controle sem fio projetado para jogadores com mobilidade limitada lançado em 2018.
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Jogos dos estúdios Xbox também passaram a conter elementos mais inclusivos in-game, além de adaptações de jogabilidade propriamente dita.
A empresa então percebeu que precisava de uma metodologia para as iniciativas de inclusão, e daí nasceu o framework – que na prática é estrutura a ser seguida para alcançar certos objetivos. Desde 2019 o Xbox usa e desenvolve essa estrutura internamente, e agora ela pode ser acessada livremente.
“Sabíamos que promover a inclusão através do produto seria uma jornada – uma jornada que continuaríamos a aprender, iterar e melhorar. À medida que continuamos a dar vida ao Gaming for Everyone, percebemos a necessidade de criar uma linguagem e recursos comuns para ajudar a tornar este trabalho mais tangível”, explica em uma publicação no blog da empresa Katy Jo Wright, head do Gaming For Everyone e de sustentabilidade do Xbox.
Estrutura do framework
Segundo Katy, o framework considera quatro grandes aspectos: boa experiência para todos, representatividade e diversidade, inclusão cultural (“todos devem se sentir em casa”) e acessibilidade (para pessoas com deficiências).
A empresa criou um centro de recursos acessível (mas por enquanto só em inglês) nesse link, com exemplos, melhores práticas, estudos de caso e outros recursos. Segundo a executiva, o objetivo é permitir “que mais desenvolvedores de jogos tragam intencionalidade e inclusão aos seus produtos”.
“É importante observar que o framework não pretende ser uma lista de verificação ou qualquer tipo de mandato sobre o que constitui um ‘jogo inclusivo’. Em vez disso, os recursos e ferramentas dentro da estrutura são projetados para servir de guia para os desenvolvedores, para ajudá-los a tomar uma decisão intencional de abrir ou deixar uma porta fechada, com base na experiência de jogo que estão tentando criar”, pondera Katy, no texto.