Revelada nessa terça-feira (27), a 11ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB) revela que os jogadores brasileiros são, em sua maioria, negros ou pardos (52,3%), mulheres (50,9%) e preferem dispositivos móveis (48,8%). E que a absoluta maioria da população do Brasil se diverte com jogos eletrônicos: 73,9% dizem ter por hábito jogar (ou 3,8 pontos percentuais a mais do que na edição anterior).
Além disso, indica o estudo, o brasileiro já enxerga os games como fonte importante de entretenimento cotidiano: 85,4% consideram os games uma de suas principais formas de diversão.
O levantamento anual busca conhecer o comportamento, os hábitos e as expectativas dos jogadores brasileiros, bem como a penetração dos games entre a população. Na edição desse ano, foram ouvidas 13.360 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
A Pesquisa Game Brasil é idealizada pelo SX Group e pela Go Gamers, e realizada em parceria com Blend New Research e a ESPM.
Números em estabilidade
Em entrevista concedida ao jornalista Pablo Miyazawa, colunista do The Gaming Era, e publicada na semana passada, Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pós-graduação da ESPM, já havia adiantado que a pesquisa tem se mantido historicamente com flutuações anuais nos números dentro de uma margem de erro, e que entre 70 e 75% dos brasileiros são, de fato, gamers.
“Nos últimos anos, com a volta de nossa vida social fora das telas, o mercado continua aquecido dentro da margem próxima à da época da pandemia. Em resumo, pelo menos sete em cada 10 brasileiros afirmam jogar, e isso para qualquer tipo de mercado é um número bastante relevante”, disse Camargo a Miyazawa.
Diversidade no consumo
Embora os homens tenham aparecido como maioria na edição do ano passado da PGB, com (53,8%), os números se igualaram de novo esse ano: 50,9% do público é feminino e 49,1% masculino. Nas plataformas móveis, elas são maioria absoluta, com 61% do total (mas são superadas nos consoles e PC, com 61,5% e 66,9% de homens, respectivamente).
O estudo detectou também um envelhecimento do público. As faixas etárias mais representadas são de 30 a 34 anos, com 16,2%; e de 35 a 39 anos, com 16,9%. Os mais jovens apresentam participação menor, com 14,6% para a faixa dos 20 a 24 anos (diminuição de 0,5 ponto percentual frente à edição passada) e os mesmos 14,6% para a faixa dos 25 a 29 anos (diminuição de 1,6 pp).
Em relação à etnia, a maioria é de origem negra ou parda (52,3%), enquanto pessoas que se declaram brancas são 44,6%. Quanto à classe social, a maioria ainda pertence à classe média (B2, C1 e C2), totalizando 64,8%. A classe média-alta (B1) representa 11,6% do público; a classe alta (A) representa 15,8%; e a base da pirâmide (classes D e E) apenas 7,8%.
“O retrato dos jogadores de jogos digitais está cada vez mais em linha com o censo demográfico e socioeconômico do Brasil”, observa Camargo, em comunicado enviado à imprensa.
Consoles retomam 2º lugar
Ao jornalista Pablo Miyazawa, o CEO do SX Group disse que a prevalência do celular enquanto plataforma gamer no Brasil se deve, em grande parte, à facilidade de acesso aos smartphones. “Muitas vezes, essa é a porta de entrada para muita gente entrar nesse universo – lembrando que, hoje, existem mais smartphones do que brasileiros”, disse.
Computadores (com 22,6% da preferência) e consoles (21,7%) aparecem bem atrás. Os computadores, aliás, recuperaram o segundo lugar na preferência desde o último estudo, passando de 19,4% em 2022 para 22,6% em 2023.
O estudo completo pode ser baixado no site da Pesquisa Game Brasil.