Uso dedicado de NPUs para IA dentro de jogos ainda vai levar tempo, diz Intel

Unidades de processamento neural (NPUs) deve estar em 100 milhões de PCs até 2025, espera fabricante, aumentando interesse de devs
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Imagem conceitual dos processadores Intel Core Ultra. Foto: Divulgação

Anunciada em dezembro de 2023, a nova geração de processadores da Intel – que ganhou a marca Core Ultra, abandonando a letra “i” característica da nomenclatura desses produtos pelo menos desde 2010 – embarcou NPUs nos produtos da empresa para o consumidor final. Tratam de uma unidade de processamento neural distinta, capaz de aliviar a carga sobre o processador para aplicações de inteligência artificial (IA) nos PCs dos usuários.

Segundo Yuri Daglian, engenheiro de venda de aplicações da Intel, em conversa com o The Gaming Era, o uso efetivo desse processamento dentro dos jogos ainda deve levar um tempo, pois depende tanto da disponibilidade do recurso nas engines – como Unreal e Unity -e de programação intencional por parte dos desenvolvedores.

“A NPU é mais recente mesmo, vai exigir um tempo de desenvolvimento, mas há empresas já começando a pensar nelas”, explica o especialista.

Segundo ele, o aumento da disponibilidade de NPUs nas máquinas dos usuários deve aumentar o interesse dos desenvolvedores no futuro.

Daglian explica que as NPU podem ser usadas para otimizar determinadas partes de um game, que passariam a rodar na unidade neural, liberando o processador e a GPU do usuário para outras tarefas. Esse tipo de uso pode liberar capacidade da máquina do usuário, trazendo mais performance e liberando a placa de vídeo para renderização.

Yuri Daglian, Intel
Yuri Daglian, da Intel. Foto: Reproução, LinkedIn

“Por mais que trabalhemos com os desenvolvedores para avançar antes do lançamento dos produtos, ainda vai demorar. É algo que vai ser desenvolvido ao longo do tempo”, diz o engenheiro. “Mas hoje já há jogos que utilizam a NPU. O upscalling por IA já está presente em mais de 90 jogos atualmente.”

Já há alguns anos a Intel tem apostado todas as fichas no lançamento de processadores com capacidade de processamento exclusiva para IA, mas primeiro nas linhas de produtos pensadas para empresas e data centers. Agora, a estratégia é de marketing é de “AI Everywhere”, e chega também aos dispositivos dos usuários finais.

“Até o fim de 2025 a Intel pretende ter mais de 100 milhões de PCs globalmente com CPUs habilitados com NPUs. Até o fim desse ano 40 milhões. E conforme forem crescendo [as vendas], os desenvolvedores vão poder se focar [no recurso]”, diz Daglian.

NPUs para desenvolvedores

Atualmente, a inteligência artificial está nas máquinas dos gamers principalmente em dois recursos. Primeiro o upscalling de resolução e taxa de quadro dos jogos, em que a IA é treinada para “preencher” com pixels e telas o que o usuário enxerga, liberando processamento do hardware. A Intel chama esse recurso de XESS, segundo ela já disponível em mais de 90 jogos.

“São mais de 90 desenvolvedores com quem a Intel conversou e explicou como a tecnologia funciona. Temos essa conversa ativa com os desenvolvedores para otimizar nosso hardware”, diz o especialista. “O desenvolvedor pode vir até a gente e pedir para aplicar NPU. A Intel tem mais de 15 mil engenheiros de software que podem ajudar. Claro que não todos em gaming, mas muitos sim.”

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O segundo é para overclocking, quando a IA é treinada para aumentar a capacidade de processamento da CPU (ou GPU) de acordo com a necessidade de um jogo específico.

A inteligência artificial habilitada por NPUs não está somente nas máquinas dos gamers, mas também nas dos desenvolvedores, lembra Daglian. A Intel fornece equipamento para os estúdios e tem soluções de software para uso de IA. O Intel XTU, por exemplo, usa IA para fazer overclocking dos processadores usando parâmetros de rede neural já treinada.

De todo modo, os pesados algoritmos de IA atuais ainda fazem muito mais uso de GPUs do que CPUs, lembra o engenheiro. Quando o desenvolvimento precisa de processamento bruto para criar imagens e renderizar mundos, é ela quem entra em ação. Mas a NPU pode entrar no trabalho de desenvolvimento para liberar GPU.

Intel Xe e Arc

As tecnologias de processamento gráfico da Intel também têm recebido atenção da marca e devem crescer, assegura Daglian. Embora a empresa tenha feito incursões no passado para esse tipo de produto, o lançamento da arquitetura Xe e da linha de placas gráficas Arc são uma nova aposta.

GPUs, diz o executivo, “são cada vez mais importantes” conforme emerge a IA, além da própria exigência dos jogos e recursos gráficos em PCs.

“A Intel sabe disso e por isso temos GPUs para data centers e IA. E temos a Xe no Arc para consumidores finais”, diz. “É importante notar que o Core Ultra tem gráficos integrados na mesma arquitetura. A Intel tem um foco muito grande em aperfeiçoar essa arquitetura.”

Na briga contra Nvidia e AMD, Daglian admite que há “uma curva de desenvolvimento natural, que existe para qualquer produto”, mas que a Intel se “sente confiante para continuar investindo e desenvolvendo”.

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