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ExitLag incorpora IA em software e planeja crescer 65% em 2024

Lucas Stolze, CEO da ExitLag, conta a história e detalha plano de crescimento da empresa no mundo - com exclusividade ao TGE
Lucas Stolze, ExitLag
Lucas Stolze, CEO da ExitLag. Foto: Divulgação

Depois de registrar faturamento 40% maior em 2023, a ExitLag, conhecida pelas soluções de otimização de conectividade voltadas para gamers, espera crescer 65% esse ano, o que significa acumular resultados positivos desde 2018. O último grande anúncio da empresa para atingir esses números é incorporar inteligência artificial em sua solução.

O lançamento daExitLag Powered by AI, como é chamada a plataforma de otimização de jogos aprimorada por IA, foi feita no começo dessa semana. A nova versão tem uma tecnologia chamada Multipath, que promete empregar IA para encontrar as melhores rotas de dados nas redes de fibra óptica e “elevar o nível de qualidade para todos os jogadores da plataforma”.

A promessa é que o software com IA proprietária melhore não só a velocidade da conexão, mas a estabilidade. Na prática, explica a empresa, o software analisa as conexões disponíveis e seleciona, automaticamente, as melhores. O objetivo é que o usuário “não sofra com oscilações e problemas com seu ping, latência e conexão, em mais de 1.900 jogos”.

“A gente modernizou o que já existia e melhorou o core dele [o software]. Adicionamos uma ferramenta mais performática de IA para estudar as rotas de redes e garantir que o usuário está bem conectado”, explica Lucas Stolze, o CEO da ExitLag, em entrevista exclusiva ao The Gaming Era. “Queremos tornar algo tão complexo, pois as redes realmente são, em algo simples, digerível e acessível, para que toda comunidade [gamer] possa se beneficiar.”

O executivo diz que o ganho de performance com o uso do software da ExitLag varia 20% a 90%, dependendo do jogo e da conexão. Mas em todos os casos o objetivo é diminuir latência, ping e perda de pacotes. Segundo ele, 44% dos jogadores desistem de um game por causa desse último item, que no gameplay é responsável pelo “sumiço” de quadros, por exemplo.

“Em média a gente deve ficar entre 20% e 50% [de melhoria da conexão], mas vai depender muito da região e proposta de uso”, explica o CEO.

A nova versão do software passou por um período “beta” em que usuários selecionados deram feedbacks para a versão final. Segundo a empresa, o software teve recepção positiva, com evolução frente à versão anterior. Segundo a empresa, games do gênero battle royale, como Fortnite, foram os que ganharam mais qualidade de conexão.

O software também promete um “centro de diagnóstico”, que permite realizar monitoramento detalhado da performance da conexão, com dicas para melhorar rota no jogo desejado.

História e crescimento

A ExitLag nasceu em 2010 como uma solução totalmente brasileira para tentar resolver o problema de dois jogadores de Tíbia que se conheceram online – Fabiano Skowronski e Leandro Sandmann, hoje conselheiros da empresa – e que enfrentavam dificuldades para jogar o MMORPG. Tíbia era, àquela altura, uma febre no País, mas os servidores estavam todos no exterior, o que afetava a experiência.

Era um combo de três softwares diferentes. “A internet não foi feita para jogos, mas para resolver um problema geográfico. Não foi criada para uma comunicação em tempo real, que é o que o gamer quer: latência e ping perto de zero”, explica Stolze, enquanto conta a história da companhia em que ingressou em 2020 como analista.

A ExitLag continuou como empresa de “fundo de quintal” pelo menos até 2018, quando a solução foi então formatada para melhorar a qualidade de vários jogos online, não só Tíbia, e se começou um movimento mais intenso de ida ao mercado e usando capital próprio. Eram então 10 pessoas empregadas, mas em 2024 a marca de 100 foi ultrapassada – boa parte, ou quase 90%, são brasileiros, com os outros 10% espalhados geograficamente pelo mundo.

Stolze mora em Orlando, nos EUA, onde a empresa tem sua sede desde 2019, muito embora opere remotamente. O plano, assegura ele, é crescer ainda mais, uma vez que a demanda por melhor conectividade por parte dos jogadores é global, e mesmo países com as melhores redes do mundo enfrentam os mesmos problemas físicos.

“Nossa intenção é estar no mundo todo. Os fundadores são brasileiros, mas não é nosso objetivo nos restringir aos jogadores brasileiros”, explica Stolze. “Estamos olhando para o mercado do Emirados Árabes, que tem apostado muito e fomentado o cenário competitivo. Também estamos olhando para a cultura oriental, um dos nossos objetivos é esse [chegar nos mercados asiáticos].”

O executivo reconhece que entrar nos mercados asiáticos é difícil por questões culturais. A solução da empresa está instalada em computadores de jogadores em muitos desses mercados, diz Stolze, que assegura que a marca está atualmente em 190 países, mesmo sem presença oficial da companhia em alguns deles.

“Independentemente de onde se esteja, se você faz uma viagem internacional, por exemplo, [o software da] ExitLag vai funcionar com a mesma qualidade, mesmo fora do seu país”, explica ele. “Mas agora estamos com estratégias mais focadas. De forma mais estratégica queremos estar presentes.”

Para que isso seja possível, atualmente a ExitLag tem 1,5 mil servidores próprios espalhados pelo mundo, diz Stolze, além de parcerias com operadoras e grandes provedores globais de nuvem, como o Google. Embora a empresa não seja dona de cabeamentos de rede, o CEO “não descartaria” investir nesse tipo de infraestrutura.

Expansão como estratégia

A estratégia para seguir crescendo, diz o CEO da ExitLag, é alcançar cada vez mais jogadores. Isso significa não só ter infraestrutura física espalhada pelo mundo e um software otimizado, mas também chegar em novos dispositivos. O software tem versões para computadores com Windows e dispositivos móveis (por enquanto Android, com expectativa de iOS “em breve”), a empresa estuda formas de chegar nos consoles.

“Estamos seguindo o crescimento do mercado. Temos o interesse de estar nos consoles também, seja aparelhos físicos ou apps nas lojas de Sony e Microsoft, o que seria mais complexo”, diz Stulze.

Outro pilar da estratégia de crescimento é ter parcerias com provedores de conectividade, aproveitando os lançamentos cada vez mais comuns de “planos gamers” entre as operadoras. No Brasil, a ExitLag tem uma parceria de longa data com a Vivo, e diz estar “fechando parcerias com outras operadoras”. Em outros países, como Paquistão e Peru, há acordos assinados, “e estamos em conversa com diversos provedores ao redor do mundo”, diz o CEO.

A empresa também olha para parcerias possíveis com outros segmentos, como software e bancos, por exemplo, para facilitar o acesso ao serviço.

Do ponto de vista de marketing, o plano é se posicionar como “apoiador da indústria”, com patrocínios de jogadores, organizações, influenciadores e campeonatos.

Apesar de o software da ExitLag funcionar atualmente para acelerar o Discord e o Teams, “o core da empresa é gamer”, assegura o CEO.

E a expansão do serviço para outros softwares vai depender de “a gente se sentir confortável”. “Temos muitas ideias que não estamos oferecendo ainda para nossos gamers. Enquanto não estamos satisfeitos, vamos nos concentrar em melhorar o que já temos hoje”, ressalta Stolze.

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